O guru Uberto Gama, preso em Florianópolis por suspeita de violência sexual na última sexta-feira (11), arranjava casamentos entre os participantes do “clã” que liderava na região metropolitana de Curitiba, no Paraná. De acordo com o Ministério Público (MPPR), o homem, de 63 anos, usava a posição de “líder espiritual” para atrair as vítimas, manipulá-las e praticar os crimes. As informações são do g1.
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Segundo a promotora de justiça Tarcila Santos Teixeira, o arranjo de casamentos entre os integrantes do “clã” seria um dos indicativos da dominação religiosa e pessoal que ele tinha em relação aos seguidores.
— Os casamentos eram aprovados por ele, inclusive muitos arranjados por ele. A profissão que a pessoa ia desenvolver, o negócio que ia fazer, tudo tinha que passar por ele. Havia uma dominação religiosa, espiritual… Uma doutrinação que dominava completamente essas pessoas — detalha.
Conforme a justiça paranaense, que investiga o caso, ao menos cinco vítimas denunciaram o homem. A maioria delas vivia em situação de vulnerabilidade, segundo os depoimentos.
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Quando as vítimas questionavam as ações do “guru”, segundo a promotora de Justiça, ele recorria a apelos emocionais, como dificuldade para engravidar, filhos com problemas de saúde, conflitos conjugais, entre outros. Uberto atuava dessa forma há 20 anos.
— Quando elas colocavam a mínima dúvida, a mínima indagação, ele as quebrava, porque ele dizia: “Você duvida. Quem duvida não merece elevação. Você não merece o que eu estou fazendo por você. Você não está pronta para esse crescimento espiritual”. E isso as fragilizava ainda mais, porque daí elas começavam a achar que realmente elas tinham que permitir, porque era aquilo que elas precisavam para vida delas — conta.
A reportagem tentou encontrar a defesa do suspeito, mas não obteve retorno até a publicação. O espaço segue aberto.
A prisão
A prisão ocorreu na sexta-feira e teve o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) de Santa Catarina. O suspeito é investigado pelo crime de violação sexual mediante fraude, que ocorre quando não há o emprego de violência física ou grave ameaça, mas como fraude como meio de obtenção do ato sexual.
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Durante a ação, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao suspeito, entre eles uma chácara na cidade de Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba. Foram recolhidos documentos, equipamentos eletrônicos e armas, que vão passar por perícia.
Ainda de acordo com o MP, a suspeita é de que homem possa ter feito outras vítimas, inclusive adolescentes. Denúncias podem ser feitas na sede do Núcleo de Apoio à Vítima de Estupro (Naves), na Rua Marechal Hermes, 751, 5º andar, pelo telefone 32250-4022 ou pelo e-mail: naves.mp@mppr.mp.br.
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