O influenciador digital e youtuber Felca viralizou depois de lançar um vídeo na plataforma falando sobre o fenômeno da adultização. Diante da repercussão do tema, o governo federal anunciou na última quarta-feira (13) que vai apoiar um projeto de lei do senador Alessandro Vieira que prevê regras para evitar a exposição de crianças na internet.

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Em meio a uma infinidade de conteúdos, alguns criminosos, que buscam esse tipo de material, utilizam uma série de códigos para se articular e promover o compartilhamento em série de conteúdo de pedofilia.

Entenda o uso de códigos

Siglas como “CP”, que significam “Child Porn” (pornografia infantil), e variações como “Cheese Pizza”, “Club Penguin”, “Café Preto”, são alguns dos códigos utilizados por esses abusadores.

Especialistas apontam, no entanto, que a linguagem é alterada com frequência, de modo que o mais importante é que os pais fiquem atentos a padrões de comunicação que aparecem com regularidade e também ao comportamento dos filhos.

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— O foco deve ser observar sinais de alerta e contextos suspeitos, não decorar cada código — explica Michele Prado, pesquisadora do Núcleo de Prevenção à Violência Extrema (Nupve) do Ministério Público do Rio Grande do Sul e fundadora da Stop Hate Brasil, em entrevista ao Estadão.

Algumas expressões mais comuns podem servir de guia para responsáveis, mas pesquisadores e investigadores concordam que não há um “guia de palavras” a ser usado.

Um dos exemplos frequentes na comunicação de abusadores é a palavra “MAP”. A pesquisadora Michele Prado explica que se trata da sigla de “Minor Attracted Person”, ou seja, “Pessoa atraída por menor”, indicando pedofilia. Já a sigla “NP4NP” significa “nude pic for nude pic”, ou seja, troca de fotos de nudez. A sigla “GNRN” é uma ordem para que a pessoa fique nua naquele momento e envie conteúdos.

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Há ainda códigos de alerta entre os pedófilos para indicar a presença de pais ou responsáveis. Quando utilizam “Cod 9″ ou “9″ é um indicativo de que os pais da criança e do adolescente estão por perto.

Além da linguagem em códigos, Michele Prado explica que os abusadores se infiltram em universos nos quais as crianças estão, como grupos de fãs de artistas de K-pop, de cantoras pop, bolhas online de fãs de futebol, entre outros.

Muitas vezes os criminosos indicam na skin (a persona criada para jogar) de seus personagens que consomem pedofilia. O Nupve do Ministério Público do Rio Grande do Sul flagrou, por exemplo, avatares do jogo “Roblox” que utilizavam roupas com a estampa “I love CP”

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Michele Prado indica alguns comportamentos que os pais devem observar:

  • Verificar se há contas novas nas redes sociais e plataformas em geral se aproximando dos menores.
  • Observar convites frequentes para chats privados.
  • Estar atento a mensagens que mudam rapidamente de tema.
  • Identificar se os filhos estão recebendo presentes virtuais ou físicos de desconhecidos.
  • Observar se o filho está com cuidado exagerado com o celular e se tem reações agressivas quando pais tentam acessar aparelhos.

Felca fez vídeo denunciando adultização de menores

*Sob supervisão de Pablo Brito

**Com informações do Estadão

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