Aos 42 anos, a farmacêutica Cinthia Lunardi está prestes a realizar o sonho de se formar em medicina. Porém o caminho trilhado para chegar até esse ponto não foi fácil: foi preciso muita determinação e coragem. Durante o curso, ela foi surpreendida com um diagnóstico de tumor na cabeça.
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Nascida e criada em Gravatal, no Sul de Santa Catarina, Cinthia é casada e mãe de três filhos. Ela iniciou a trajetória acadêmica em fisioterapia, após não ter conseguido a aprovação em medicina. Depois de cinco semestres, optou por cursar farmácia. À época, seu primeiro filho tinha dois meses.
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— A minha mãe conta que desde pequena eu sempre falava que seria médica. Quando me formei no ensino médio, tinham poucas faculdades de medicina e eu já namorava o meu marido e optei por não ir cursar fora — relembra a estudante.
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Cinthia trabalhou na farmácia da família por 17 anos, sem abandonar completamente o desejo de se tornar médica. Até que publicações nas redes sociais sobre aprovados em medicina chamaram a sua atenção e ela decidiu transformar um sonho antigo em objetivo.
Medicina
Com incentivo da mãe, a farmacêutica fez cursinho por um ano. No primeiro semestre de 2019, ingressou no curso de medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul).
— Nunca foi fácil conciliar marido, filhos, casa e trabalho. Mas meu sonho sempre foi maior do que qualquer desafio. Eu havia dito para minha mãe que seria agora ou nunca. E que daria o máximo de mim. E foi isso que eu fiz — destaca.
Desafios
Ao fim do primeiro ano de curso, surgiu um impasse. A família precisou vender a farmácia, sua principal fonte de renda e, por isso, enfrentou dificuldades financeiras.
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— Foi um dos momentos mais difíceis para mim, pois a farmácia tinha sido fundada em 1989 e era o sonho dos meus pais, mas para realizar o meu sonho, eles teriam que se desfazer dela — conta.
Ainda na graduação, outro desafio apareceu no caminho de Cinthia. Durante uma aula de neurologia, a estudante percebeu uma perda auditiva. Após exames, veio o diagnóstico de Schwannoma do Acústico, um tipo de tumor benigno.
Superação
Segundo Cinthia, mesmo sendo benigno, o tumor precisava ser retirado porque poderia pressionar o centro respiratório. Dois anos depois da descoberta, ela realizou a cirurgia em janeiro de 2024. Ainda em recuperação, a profissional partiu em missão humanitária durante as chuvas de maio no Rio Grande do Sul.
Uma das possíveis sequelas era a paralisia facial, o que não ocorreu graças ao sucesso da cirurgia. Hoje, a estudante convive com perda auditiva e se prepara para a formatura em medicina, que ocorrerá em dezembro deste ano.
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— Confesso que muitas vezes me questionei se estava certa em ter esperado tanto para iniciar medicina e também por ter abandonado uma profissão onde eu e minha família estávamos estáveis. Mas, mais uma vez, Deus mostrou que seus planos são maiores que os meus — conclui Cinthia.
Veja fotos de Cinthia Lunardi, farmacêutica e futura médica
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