O fisiculturista Lucas Campos, natural de Araranguá, no Sul de Santa Catarina, viveu um dos momentos mais marcantes da carreira ao conquistar o Pro Card, certificação que transforma atletas amadores em profissionais no fisiculturismo. A vitória foi alcançada no último sábado (18), durante o PCA United States National Championships, nos Estados Unidos, e coroou anos de disciplina, sacrifício e superação.
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— Foi um momento incrível. Todo competidor sonha com esse instante. A gente se prepara por meses, passa por batalhas físicas e mentais, e quando o nome é chamado entre os finalistas, o coração dispara. É uma mistura de alívio, emoção e orgulho. Essa medalha representa muito trabalho, foco e renúncia— aponta Lucas.
A conquista, porém, veio após uma fase difícil. Pouco antes da competição decisiva, o treinador que acompanhava Lucas há anos precisou encerrar a carreira por motivos pessoais. “Foi um baque enorme, mas ele não me deixou desamparado”, lembra. Antes de se afastar, o antigo coach o indicou ao treinador Léo Schimidt, de Curitiba.
A parceria deu resultado. Mesmo após seis competições seguidas e com o corpo no limite, Lucas conquistou a medalha de ouro. Em seguida, estreou na categoria profissional e garantiu o segundo lugar:
— Foi uma descarga emocional muito grande. A gente passa fome, segue uma dieta rígida, então é essencial cuidar da mente também. Faço acompanhamento com psicóloga e isso me ajuda a manter o equilíbrio.
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Luta contra a obesidade
Assim como o marido, Camila Campos também conquistou o Pro Card recentemente. Há alguns anos, ela enfrentava a obesidade e a depressão, até o dia em que decidiu mudar de vida.
— Fui tirar uma foto e não me reconheci. Meu brilho tinha sumido.[…] sabia que precisava de ajuda mas tinha vergonha de pedir. Chorei, respirei fundo e decidi recomeçar — conta.
A mudança começou com pequenas atitudes e ganhou força quando ela passou a registrar o processo de emagrecimento nas redes sociais:
— Comecei a postar meu processo no Instagram e isso começou a motivar outras pessoas. Então decidi competir, com o intuito de alcançar ainda mais gente.
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Camila diz que o apoio de Lucas foi fundamental:
— Ele teve um papel primordial em tudo, desde o momento em que decidi emagrecer até a preparação para competir. Sempre me apoiou, me colocava pra cima e me lembrava que eu era capaz. Sempre foi mais do que marido, foi meu parceiro.
Entre os desafios, o principal foi vencer a própria mente:
— O mais difícil foi vencer a compulsão alimentar que a depressão trazia. Vencer o desânimo, levantar e ir treinar mesmo com vergonha do meu corpo. Eu tive que vencer minha mente todos os dias.
O esforço foi recompensado. Em sua primeira competição, Camila conquistou o Pro Card e subiu ao palco como atleta profissional.
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— Foi um momento indescritível, uma felicidade surreal. Senti orgulho de mim por ter vencido tudo aquilo que me fazia tão mal. Inspirar outras pessoas e me tornar uma campeã, por dentro e por fora, é algo que não tem preço.
O que é o Pro Card
No fisiculturismo, o Pro Card representa a transição definitiva do amadorismo para o circuito profissional. Emitido pela Federação Internacional de Fisiculturismo & Fitness (IFBB), o documento confere ao atleta o status de profissional, permitindo competir em campeonatos de elite ao lado dos principais nomes da modalidade.
A conquista exige um longo percurso: o atleta precisa vencer etapas amadoras e regionais até chegar aos campeonatos nacionais, como o Mr. Olympia Brasil ou o Expo SuperShow, que dão acesso à certificação.
Uma vez conquistado, o Pro Card não tem volta. O atleta passa a integrar de forma permanente o cenário profissional e não pode mais disputar torneios amadores. Por isso, o título é visto como o ápice da carreira para quem sonha em viver do fisiculturismo.
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No caso de Lucas e Camila, o caminho foi diferente. Morando nos Estados Unidos, ele conquistou o Pro Card diretamente em uma competição nacional americana, sem precisar passar pelas etapas regionais e nacionais que fazem parte do processo no Brasil.
 
				