Ao menos 3,1 milhões de pessoas, cerca de 19% do total de moradores de favelas, moram em vias onde só é possível transitar a pé, de moto ou bicicleta. Ou seja, moram em ruas onde carros e caminhões não cabem, segundo o Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As informações são do g1.

Continua depois da publicidade

Esse impedimento influencia diretamente na chegada de determinados serviços nas favelas. Sem caminhões, as vias não recebem coleta de lixo e passagem de ambulância para transporte de pacientes, por exemplo.

— O impedimento de passagem de caminhões impede uma coleta de direto no domicílio. Como é que faz quando a gente tem pessoas que precisam desse transporte urgente, desse atendimento médico urgente? — diz a gerente de Favelas e Comunidades Urbanas do IBGE, Leticia Giannella.

Segundo o Censo, o Brasil tinha 12,3 mil favelas e comunidades urbanas em 2022. Ao todo, são mais de 16 milhões de moradores, cerca de 8% da população do país. Além disso, as favelas estão presentes em 656 municípios, cerca de 11% do total de cidades brasileiras.

— Quando combinamos esse dado com a presença de obstáculos nas calçadas, surgem problemas graves de acessibilidade, especialmente para idosos e pessoas com mobilidade reduzida. Se o carro não chega e a via já é restrita, esse morador pode ter enorme dificuldade de sair de casa — diz o chefe do Setor de Pesquisas Territoriais do IBGE, Filipe Borsani.

Continua depois da publicidade

Outros dados do IBGE

Além disso, os dados do IBGE ainda indicam que:

  • Cerca de 78% viviam em vias pavimentadas;
  • Cerca de 35% viviam em vias arborizadas;
  • Apenas 3,8% viviam em trechos com calçadas sem obstáculos;
  • Mais de 95% viviam em vias sem rampas para cadeirantes;
  • Menos de 46% viviam em vias com bueiros ou bocas de lobo; e
  • Apenas 5,2% viviam perto de um ponto de ônibus.

Mais de 43 mil pessoas vivem em favelas e comunidades urbanas

Cerca de 43.040 pessoas vivem em 45 favelas e comunidades urbanas localizadas em Florianópolis, de acordo com os dados do Censo Demográfico de 2022. A maior favela da Capital é a da Serrinha, com 3.908 pessoas em cerca de 1.401 domicílios.

Do total, foram identificados 14.780 domicílios particulares em favelas e comunidades urbanas entre as 219.739 habitações em Florianópolis. O número representa cerca de 6,7% do total da população da capital catarinense.

*Sob supervisão de Luana Amorim