Ao menos 128 cidades de Santa Catarina enfrentam falta de vacinas do calendário básico de imunização, segundo um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios. Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC), ao menos seis imunizantes estão em falta.
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O Ministério da Saúde disse que mantém envios regulares de vacinas aos estados, e que não há uma falta generalizada de imunizantes. A pasta afirma que o levantamento traz questões pontuais que estão sendo acompanhadas com estratégias para manter a imunização da população em dia.
De acordo com a Dive, faltam as seguintes vacinas:
- Imunoglobulina anti-hepatite B 100 UI
- Vacina Varicela
- Vacina DTP
- Vacina Febre Amarela
- Vacina DTPa acelular (CRIE)
- Vacina HPV
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Entre estas, a preocupação está na falta de vacinas da varicela, que protege crianças da catapora. A epidemiologista Alexandra Crispim Boing da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e coordenadora da Comissão de Epidemiologia da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), afirma que não há uma substituição para este imunizante.
— A criança, ao nascer, recebe essa vacina e a gente tem um reforço aplicado nas crianças em quatro anos. E a gente não tem uma substituição. Então a gente não tem, no momento, uma vacina e nem um prazo de regularização dessa vacina no país. A ausência do imunizante vai aumentar o risco de problemas, de doenças, até de surtos, que são doenças preveníveis — diz.
Sobre este imunizante, o Ministério da Saúde informou que mais de 2 milhões de doses foram compradas no fim do ano passado. Até o fim de setembro, 150 mil unidades devem ser repassadas aos estados.
O diretor da Dive, João Brancher Fuck, afirma que o envio de novas doses é uma responsabilidade do Ministério da Saúde. Aos estados, cabe o repasse aos municípios.
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— Cabe ao Ministério da Saúde o fornecimento de todas as vacinas que estão no calendário nacional de vacinação. Sejam elas aplicadas na forma de rotina ou na forma de campanha. Aos estados, cabe o recebimento dessas vacinas e distribuição para os municípios — explica.
Segundo ele, a situação já ocorre há alguns meses.
— Entretanto, o Ministério da Saúde não tem fornecido todas as vacinas que estão sendo solicitadas pela Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina. Essa é uma situação que já vinha acontecendo há alguns meses — afirma.
Para ele, a falta das vacinas também impacta na confiança da população no Sistema Único de Saúde (SUS).
— Essa falta de vacina pode gerar essa desconfiança e ceticismo. Compromete, inclusive, a adesão às campanhas de vacinação. Quando a gente dessa regularização, dessa confiança no sistema, está muito ligada com a questão do abastecimento e resposta eficaz — conclui.
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*Com informações do repórter Walter Quevedo, da NSC TV.
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