Nos próximos anos, essa descoberta pode mudar completamente a forma como a medicina lida com a doença.
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Pesquisadores da Universidade de Bath, no Reino Unido, desenvolveram um método simples que usa eletroencefalograma (EEG) para detectar sinais precoces da doença de Alzheimer.
O teste já se mostrou capaz de diferenciar pessoas com alto risco de desenvolver a condição, mesmo antes de qualquer alteração perceptível na memória ou na cognição.
Como os tratamentos em estudo funcionam melhor quando aplicados nas fases iniciais, esse tipo de diagnóstico antecipado pode abrir novas possibilidades para conter o avanço da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
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O teste Fastball e como ele funciona
Batizado de Fastball, o exame usa um EEG para registrar a atividade elétrica do cérebro enquanto o participante observa uma sequência de imagens exibidas rapidamente na tela.
Durante o teste, oito figuras são apresentadas e depois reaparecem entre centenas de outras. O cérebro reconhece automaticamente as imagens já vistas — e essa reação é medida pelos eletrodos.
Os pesquisadores notaram que pessoas com comprometimento cognitivo leve apresentaram respostas cerebrais mais fracas, um indício de risco aumentado para desenvolver Alzheimer.
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No estudo, participaram 54 adultos saudáveis e 52 com esse tipo de alteração de memória, e o teste conseguiu distinguir claramente os dois grupos.
A importância do diagnóstico precoce
Hoje, a maioria dos diagnósticos de Alzheimer é feita tarde demais, quando os sintomas de perda de memória e raciocínio já estão evidentes.
Isso significa que os primeiros dez ou vinte anos da doença passam despercebidos, limitando as chances de tratamento eficaz.
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De acordo com o pesquisador George Stothart, que liderou o estudo, a ausência de ferramentas sensíveis faz com que o declínio cognitivo precoce simplesmente não seja percebido.
Como os medicamentos em desenvolvimento agem melhor no início do processo, um método de detecção antecipada pode ser decisivo para mudar o curso da doença.
O que ainda precisa ser comprovado
Apesar dos resultados animadores, os cientistas alertam que o Fastball ainda está em fase experimental. É necessário comprovar se o teste realmente consegue prever, com precisão, quem vai evoluir para o Alzheimer ao longo do tempo.
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Especialistas como o professor Vladimir Litvak destacam que os resultados devem ser vistos com cautela até que estudos maiores confirmem a eficácia do método.
Já Julia Dudley, da Alzheimer’s Research UK, lembra que muitas pessoas continuam sem diagnóstico e que qualquer avanço nesse sentido pode transformar o acesso a tratamentos mais eficazes.
O futuro do diagnóstico e suas possibilidades
Se o Fastball for validado e adotado em larga escala, pode se tornar uma alternativa acessível e complementar aos exames tradicionais, como tomografias e testes de sangue.
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Outro ponto positivo é que o teste também pode ser realizado em casa, tornando o processo mais simples e menos estressante para o paciente.
Com mais de uma centena de medicamentos em desenvolvimento para tratar o Alzheimer, a detecção precoce ganha ainda mais importância.
Reconhecer os sinais invisíveis da doença antes dos sintomas pode permitir intervenções mais rápidas e aumentar as chances de conter seu avanço.
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