Às vezes o marketing acerta e um produto que nem chamaria tanto a atenção ganha a atenção do público e converte uma peça de propaganda em boas vendas. Ao lançar o King, a BYD quis desafiar a concorrência ao alardear que o modelo híbrido seria o novo “rei do segmento de sedãs médios”.
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Passados quase seis meses do lançamento, suas vendas passam longe do que era a expectativa da BYD por ocasião de seu lançamento: vender mil unidades por mês. Com 1.913 unidades emplacadas entre junho e outubro, ou média de 382 mensais, a marca chinesa tem pelo menos um trunfo: ter desbancado o rival Corolla na versão híbrida, que acumulou com suas duas versões 1.665 unidades vendidas.
Enquanto o King PHEV parte de R$ 175.800 na versão GL com bateria menor (8,3 kWh) e R$ 187.800 na GS, com bateria de 18,3 kWh, o Corolla nas versões híbridas HEV sai a R$ 188.590 e R$ 198.890.
Então, se a questão não é preço, por que será que o King vende tão bem? Confira:
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Design moderno e elegante
O segmento de sedãs médios não chama tanto a atenção e há consumidores que preferem a discrição. Mesmo assim, o King exibe design moderno, grade com elementos tridimensionais, faróis em LED interligados por uma faixa iluminada, rodas de 17 polegadas e linha de cintura elevada. A traseira exibe uma leve inclinação cupê, com a tampa do porta-malas curta.
Conjunto híbrido
O motor a gasolina 1.5 aspirado de 110 cavalos de potência trabalha em conjunto com outro elétrico de 197 cavalos, e combinados rendem 235 cavalos. É ágil em acelerações e retomadas, mas é importante ter a bateria sempre carregada, porque se deixar só no motor a gasolina pode faltar fôlego.
Autonomia e consumo
O sistema inteligente da BYD prioriza o funcionamento do elétrico principalmente no uso urbano, o que contribui muito com a economia e com o silêncio ao rodar. Só modo elétrico o King roda até 80 quilômetros. Com gasolina consome 16,8 km/l na cidade e 14,7 km/l na estrada. No modo híbrido, o Inmetro indica 44,2 km/l nos percursos urbanos e 36,7 km/l, mas esses números são só de referência no modo elétrico. O que importa é a sua autonomia: conforme os trajetos, é possível fazer mais de mil quilômetros por tanque.
Acabamento caprichado e conteúdos
O interior acompanha a elegância do design do carro e em geral agrada pelos materiais macios ao toque, plásticos com textura bons encaixes, além da iluminação interna em LED. De série traz central multimídia de 12,8 polegadas, conexão sem fio, sistema NFC de abertura das portas, carregador por indução, câmeras 360 graus, seis airbags e ar-condicionado de duas zonas, entre outros.
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Espaço e ergonomia
Com a distância entreeixos de 2,71 metros, o King entrega bom espaço para as pernas no banco de trás, mas pessoas mais altas podem bater a cabeça no teto. A posição de dirigir é muito agradável e mesmo tendo o assento um pouco mais elevado, seu desenho mais esportivo, com apoio de cabeça integrado, colocam o motorista bem encaixado. O porta-malas tem bons 450 litros, dentro do esperado para o segmento.
Veja fotos do BYD King
O que poderia melhorar
Recarga
o sistema não aceita carregadores rápidos. Na melhor das hipóteses, leva-se uma hora e meia de recarga se a bateria zerar. Em tomadas 220V domésticas eleva para três horas.
Itens de segurança
Pelo o que custa poderia trazer, pelo menos na versão mais cara, mais itens de segurança e assistentes ao motorista, como alerta de ponto de ponto cego, alerta de permanência na faixa e frenagem de emergência, por exemplo. O controlador de velocidade é convencional (e não adaptativo).
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Estratégia de preço
A versão de bateria maior GS do BYD King custa R$ 187.800, briga com o Corolla Hybrid, que tem motor menos potente e sistema híbrido sem tomada – a partir de R$ 188.590. É superior ao Toyota em consumo, autonomia e tecnologia em eletrificação, mas a marca confunde o mercado ao fazer promoções, deixando quem comprou o carro fora dela com a sensação de mau negócio. Na semana do Black Friday, por exemplo, os descontos no King chegavam a R$ 26 mil.
Por Lucia Camargo Nunes da @viadigitalmotorsoficial.
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