Prestes a completar um ano de Planalto na próxima sexta-feira, Michel Temer mira mais uma reforma: a política. Sua base parlamentar tem pressa, pois as mudanças precisam ser aprovadas na Câmara e Senado até o final de setembro, caso contrário, não impactam em 2018. Gestado por uma classe política, que inclui a oposição a Temer, afetada pela Lava-Jato, o projeto da vez é alvo de desconfiança.

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Aliás, provocou confusão durante a semana passada o aval para instalar na Câmara comissão especial que vai debater mais uma PEC sobre a reforma. Esta seria capaz de estender o mandato de Temer. Relator do tema, o petista Vicente Cândido (SP) garante que não existe a possibilidade.

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O texto da PEC será substituído por um novo. Segue viva a discussão sobre um fundo com recursos públicos para financiar as campanhas. Unificar prazos de descompatibilização de ocupantes de cargos públicos é outro presente em análise. Ministros e secretários estaduais, em vez de deixarem as funções em abril, ganhariam um extra até junho ou julho, beneficiando também suplentes no Congresso e Assembleias.

O eterno debate da cláusula de barreira e do fim das coligações nas proporcionais tem apoio dos grandes e médios partidos, mas, neste caso, servirá ao Planalto como barganha na busca por mais de 60 votos das pequenas siglas na reforma da Previdência. Os nanicos apoiam as alterações nas aposentadorias e nada de mudar coligações ou criar regras de desempenho. Assim, há boas chances de sair uma reforma política cosmética, concebida para facilitar reeleições e ajudar a aprovar a nova Previdência.

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Pauta

Segurança pública será o foco da reunião da Abin com o presidente Michel Temer, na próxima sexta-feira. O Planalto prepara plano de ação para o Rio de Janeiro, em conjunto com o governo fluminense. A crise na Venezuela e a situação na fronteira com a Colômbia também serão discutidas.

Destinos

Temer prepara novo giro internacional. Rússia e Noruega estão no roteiro do presidente. Os russos defendem que o Brasil lidere uma missão de paz da ONU na Síria.

355

É o número de deputados que o Planalto considera como sua base mais “sólida”. Contudo, pelo menos cem deles resistem a apoiar a reforma da Previdência.