Santa Catarina continua “no vermelho” em relação ao leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ocupados em pelo menos duas regiões. Nesta terça-feira (6), a média geral de taxa de ocupação chegou a 91,8%, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde. São 118 leitos de UTI disponíveis, sendo 36 adultos, 38 neonatais e 44 pediátricos.
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A macrorregião mais crítica é a da Foz do Rio Itajaí, com 99,01% dos leitos ocupados. Há apenas um leito disponível nessa região, segundo o mapa do Centro de Informações Estratégicas para a Gestão do Sistema Único de Saúde de Santa Catarina (Cieges/SC). Já para o público adulto, esta região, que abrange Itajaí e outros municípios próximos, está com todos os 65 leitos ativos ocupados.
A outra região em vermelho é a do Planalto Norte, que está com uma média geral de 98,29% de ocupação. São 292 leitos ativos, com apenas cinco disponíveis nesta terça-feira. Os adultos que precisarem de atendimento médico na UTI das unidades de saúde desta região encontrarão apenas dois leitos disponíveis, já que a região possui 99,05% dos leitos ocupados.
Na UTIs gerais, outras três regiões estão na classificação laranja. A Grande Florianópolis está com 94,19% de ocupação, enquanto o Oeste possui 91,9% de ocupação, seguido pelo Vale do Itajaí, com 90,46%.
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Seguindo a classificação da pasta da Saúde, que indica que regiões com taxas de ocupação de leitos entre 75% e 85% estão em amarelo, é possível observar as regiões da Serra (83,3%), do Meio Oeste (82,8%), e do Sul (82,7%) nesta situação.
Leitos UTI Adulto
Além da região da Foz do Rio Itajaí, o Sul também está com 100% dos leitos UTI adulto ocupados. Outras duas regiões tiveram piora na ocupação de leitos em relação à atualização de segunda-feira (5).
No Oeste, eram 95,65% leitos ocupados, enquanto agora são 97,1%. Na região Norte, a piora também foi acentuada: de 96% para 99%.
A taxa de ocupação em média para este público é de 96,2%, com 922 leitos ocupados no Estado e apenas 36 disponíveis.
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UTI Neonatal
A região da Foz do Rio Itajaí também está com todos os 16 leitos ativos de UTI Neonatal ocupados. No Planalto Norte, 95,7% desses leitos estão ocupados, enquanto a região Meio Oeste também está no patamar vermelho, com 96,3%.
A região Sul é a que menos possui taxa de ocupação para este público nesta terça-feira. Dos 45 disponíveis, 68,89% estão ocupados.
Veja mapas
Tendência de piora
O diretor da Diretoria de Vigilância Epidemiológica, João Fuck, alertou para a tendência de aumento das doenças respiratórias em Santa Catarina, responsáveis por grande parte da alta demanda de atendimentos “seja nas unidades de pronto atendimento ou mesmo nos hospitais”.
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Ele também reforçou a campanha de vacinação contra a gripe, que acontece no Estado deste o dia 7 de abril para grupos prioritários, que inclui crianças entre 6 meses a menores de 6 anos, idosos, gestantes e puérperas até 45 dias após o parto.
A partir do dia 10 de maio, a vacinação estará liberada para toda a população a partir dos seis meses.
— O Estado tem visto um aumento nas últimas semanas das doenças de transmissão respiratória. Isso tem refletido na demanda de atendimentos, seja nas unidades de pronto atendimento ou mesmo nos hospitais. A gente começa a se aproximar de um período onde é maior a sazonalidade de transmissão desses vírus, então a gente pode ver um aumento nas próximas semanas desses vírus de transmissão respiratória. […] É importante que as pessoas se vacinem, sigam as medidas não farmacológicas para diminuir o impacto da transmissão e também a gravidade dessas doenças — disse.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, os hospitais “operam com uma taxa de ocupação historicamente elevada, acima de 80%, devido à demanda por procedimentos especializados e atendimentos emergenciais”.
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Em nota, a pasta explicou que “as cirurgias eletivas e emergenciais, muitas vezes, demandam internação em UTI no pós-operatório, contribuindo para a taxa de ocupação”.
“Vale destacar que Santa Catarina foi o estado que mais expandiu a rede SUS de leitos de UTI nos últimos anos. Desde 2023, já foram abertos 264 novos leitos de terapia intensiva, entre adultos e infantis, distribuídos em diversas regiões. Outros 30 leitos estão previstos para abrir em breve no Vale do Itajaí, no Norte e na Foz do Rio Itajaí”, continuou a nota.
O comunicado também afirma que o sistema de saúde catarinense “funciona em rede, garantindo assistência a todos os cidadãos. Caso não haja vagas em um hospital, a Regulação busca leitos em outras unidades, inicialmente na mesma região e, se necessário, em outras localidades ou na rede privada”.
“A SES continua monitorando a situação epidemiológica e a ocupação hospitalar, especialmente com a aproximação do período de sazonalidade de vírus respiratórios, e mantém seus investimentos para ampliar e qualificar a rede de saúde no estado. Conforme dados do CIEGES, o número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças e adultos no ano de 2025 é menor em comparação ao mesmo período de 2024”, finaliza a nota.
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O que é a SRAG
A Síndrome Respiratória Aguda Grave, conhecida como SRAG, inclui casos que envolvem a síndrome gripal (SG) que evoluem com comprometimento da função respiratória. Em grande parte dos casos, a síndrome leva à hospitalização, segundo o conceito utilizado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina.
As causas podem ser vírus respiratórios, dentre os quais predominam os da Influenza do tipo A e B, Vírus Sincicial Respiratório, SARS-COV-2, bactérias, fungos e outros agentes.
- Síndrome Gripal (SG) – indivíduo com quadro respiratório agudo, caracterizado por, pelo menos, dois dos seguintes sinais e sintomas: febre (mesmo que referida), calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, coriza, distúrbios olfativos ou gustativos.
- Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) – indivíduo com SG que apresente: dispneia/desconforto respiratório OU pressão ou dor persistente no tórax OU saturação de O2 menor que 95% em ar ambiente OU coloração azulada (cianose) dos lábios ou rosto.
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