A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (Noaa) declarou o fim do La Niña na última quinta-feira (10). O fenômeno, que consiste no resfriamento em grande escala das temperaturas da superfície do oceano Pacífico equatorial, era responsável pela tendência de tempo seco no Sul do Brasil.
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Conforme o meteorologista da Epagri/Ciram, Marcelo Martins, Santa Catarina sentiu a presença do La Ninã nos últimos meses, mas com pouca intensidade.
— A influência é quase nada….levou chuva ao Sudeste do Brasil. No verão não há praticamente resultados no Estado — pontua.
Com o fim da presença do La Ninã, a previsão da Epagri/Ciram para os meses de abril, maio e junho é de neutralidade climática, ou seja, com clima mais instável e irregular. De acordo com o órgão, a tendência é para períodos de estiagem no outono de 2025 no Estado, especialmente em abril, assim como eventos de chuva forte, com totais elevados em curto intervalo de tempo, temporais com forte raios, granizo e ventania.
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A previsão da Noaa indica que as condições neutras devem se manter ao menos até o verão no Hemisfério Norte, com mais de 50% chance de persistir entre agosto e outubro.
Entenda o La Ninã em 10 passos
Como fica o tempo nos próximos três meses em SC?
Durante os próximos três meses, as chuvas diminuem em relação aos meses de verão e a média mensal varia de 80 milímetros a 140 milímetros do Planalto ao Litoral, e de 130 milímetros a 190 milímetros no Oeste e Meio-Oeste. As chuvas são preferencialmente causadas pela passagem de frentes frias, sistemas de baixa pressão e vórtices ciclônicos.
No outono, os ciclones extratropicais atuam com mais frequência no litoral do Uruguai, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, provocando vento intenso, mar agitado com ressaca e perigo para a navegação no litoral catarinense.
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No trimestre, a previsão é de temperatura acima da média climatológica em Santa Catarina. Em abril e em maio, principalmente, o frio será mais frequente no Sul do Brasil, com queda acentuada de temperatura e formação de geada do Extremo Oeste ao Planalto.
A partir de junho, de acordo com a Epagri, as massas de ar frio provocam um frio mais abrangente, com formação de geada em Santa Catarina. Além disso, há chance de episódios de neve para o Estado durante o período.
Outra caraterística da estação são os nevoeiros, associados à nebulosidade baixa, com redução de visibilidade.
Como funciona o La Ninã?
Existe um La Niña quando as temperaturas ficam abaixo de -0,5ºC em um ponto do Oceano Pacífico por cinco meses consecutivos. Esse resfriamento causa trocas diferentes com a atmosfera em relação ao aquecimento (El Niño) e interfere no clima global. Santa Catarina sofre influência de duas formas principais: com tendência de menos chuva e com o risco maior de temporais de verão mais extremos.
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