Diante da previsão de ocorrência do fenômeno climático La Niña, a Prefeitura de Chapecó iniciou um plano de ações preventivas para evitar problemas de abastecimento de água e minimizar os impactos da estiagem prevista para o verão. O alerta foi emitido pela Defesa Civil Municipal, que prevê períodos de pouca chuva entre o final de dezembro e o início de fevereiro na região Oeste de Santa Catarina.
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O La Niña é um fenômeno natural caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, provocando alterações nos ventos e no regime de chuvas em diversas partes do planeta. O efeito é oposto ao do El Niño, que costuma causar chuvas mais intensas e acima da média. No Sul do Brasil, especialmente em regiões como Chapecó, a La Niña está historicamente associada a estiagens severas e longos períodos de seca.
Entre os impactos esperados para o Oeste catarinense estão a redução e irregularidade das chuvas, o risco de seca prolongada, prejuízos à agricultura, principalmente nas lavouras de milho, feijão e soja, além de possíveis dificuldades no abastecimento urbano de água.
Para se antecipar a esses cenários, a Prefeitura de Chapecó promoveu na tarde de segunda-feira (3) uma reunião com secretários municipais e a Defesa Civil, com o objetivo de planejar ações coordenadas entre as secretarias.
Cada secretaria fará levantamento de demandas
De acordo com o diretor de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina, Walter Parizotto, foi definido que cada secretaria municipal fará um levantamento das demandas e vulnerabilidades em suas áreas de atuação.
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“Entre as ações possíveis estão a ampliação de reservatórios e o transporte de água. Também vamos conversar com as agroindústrias para definir medidas conjuntas de prevenção”, destacou Parizotto.
O secretário de Serviços Urbanos e Zeladoria de Chapecó, Nelson Krombaurer, informou que o município possui kits de transporte de água que foram utilizados em estiagens anteriores e que podem ser adaptados em caminhões para o uso imediato, caso seja necessário.
Já o superintendente do distrito de Marechal Bormann, Izaías Almeida, ressaltou que em áreas íngremes é preciso um tipo diferente de transporte de água. Ele também pretende se reunir com produtores locais para avaliar a situação das cisternas e reservatórios na zona rural.
O secretário de Governo de Chapecó, Adair Niederle, sugeriu a criação de um Grupo de Trabalho coordenado pela Defesa Civil, para organizar e encaminhar as medidas de forma integrada.
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Segundo o secretário municipal de Agricultura e Pesca, Mauro Zandavalli, a administração já vem atuando na prevenção à estiagem há alguns anos, com a perfuração de mais de cem poços nos últimos cinco anos, beneficiando mais de 1,2 mil famílias.
“Resolvemos problemas históricos em comunidades como Linha Serrinha, Campinas e Bom Retiro. Já regiões como Baronesa da Limeira, São Roque e Linha Marcon continuam recebendo atenção especial. Em parceria com a Casan, estamos ampliando o atendimento nessas localidades”, afirmou Zandavalli.
Também participou da reunião o secretário municipal de Obras e Infraestrutura Urbana, Luiz Paulo Carraro, reforçando o comprometimento das secretarias em atuar de forma conjunta.
Com base nas previsões meteorológicas e experiências de anos anteriores, a Prefeitura de Chapecó destacou que a gestão dos recursos hídricos será prioridade nos próximos meses. O município pretende reforçar as estruturas de captação e distribuição, além de orientar a população sobre o uso consciente da água.
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“A estiagem é um desafio recorrente para a região Oeste. Com planejamento, integração e prevenção, buscamos reduzir os impactos e garantir que Chapecó esteja preparada para enfrentar mais um ciclo do La Niña”, concluiu Walter Parizotto.