Chapecó liderou o ranking das cidades catarinenses que mais receberam estrangeiros nos últimos anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com crescimento populacional acelerado, a cidade do Oeste recebeu mais de 10 mil novos moradores estrangeiros no período.
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De acordo com dados do Censo Demográfico de 2022 do IBGE, Chapecó recebeu cerca de 10.855 estrangeiros nos últimos dez anos. Esse número representa cerca de 4,26% da população total da região, com 254.785 habitantes.
Segundo as informações divulgadas, a maioria dos imigrantes são da Venezuela (5.094), Haiti (1.647) e Paraguai (84).
Para Tafarel Cassaniga, integrante do Observatório das Migrações de Santa Catarina e professor do Colégio de Aplicação da UFSC, essa imigração reflete uma busca por novas oportunidades.
— A imigração é quando alguém se muda do seu país de origem para viver permanentemente em outro. No fundo, a imigração é a busca por novas oportunidades, segurança ou uma vida melhor. É uma mudança complexa que exige muita adaptação cultural, social e econômica, e que transforma tanto a vida de quem chega quanto a sociedade que recebe — reflete Tafarel.
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Quais são as cidades que mais receberam estrangeiros em SC; veja ranking
Para o professor, o Brasil sempre foi um destino para os imigrantes:
— A vinda para cá se justifica pelas oportunidades de trabalho na indústria, agricultura e serviços. Nossa Lei de Migração de 2017 também facilita a regularização e garante direitos, embora ainda haja muito a melhorar nas políticas públicas. Para vizinhos da América do Sul, a proximidade geográfica e os laços culturais também são importantes.
Em entrevista ao NSC Total, o profissional também comentou sobre a vinda desses imigrantes para Santa Catarina:
— Em Santa Catarina, a atração se dá pela nossa economia diversificada e em crescimento, que demanda mão de obra em setores como indústria, serviços e construção civil.
O Estado registrou um crescimento expressivo na proporção de estrangeiros na população residente, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O percentual passou de 0,3% para 1,1%.
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O número de estrangeiros no Estado, que em 2010 somavam 11.671 pessoas, aumentou em mais de seis vezes, chegando a 72.793 pessoas em 2022.
Medidas de acolhimento a estrangeiros
Em Chapecó, cidade que recebeu a maior quantidade de imigrantes, diversas medidas públicas foram criadas para administrar o acesso à educação e oportunidades de trabalho para os estrangeiros.
De acordo com a prefeitura, as vagas nas escolas estão sendo ampliadas, com uma nova creche com mais de mil vagas para atender toda a população, entre imigrantes e nativos.
Além disso, novas ações estão sendo realizadas em escolas da rede municipal da região. Segundo a prefeitura, algumas medidas são:
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- Projeto Caminhos para Uma Educação Equitativa, com contratação de intérpretes bilíngues;
- Atendimento individualizado no projeto Afetividade para Aprender;
- Parcerias com universidades;
- Estudos sobre Multiculturalismo;
- Grupo de estudos Abraço Cultural;
- Assistência com equipe multiprofissionaL;
- Exposições de trabalhos envolvendo a temática da imigração;
- Avaliações classificatórias na língua materna.
O Centro de Atendimento ao Imigrante, no Terminal Rodoviário Raul Bartolomenti, é responsável por orientar, confeccionar currículos e realizar encaminhamentos necessários.
“Foi criado também um Balcão de Empregos no CAI, para fazer a mediação entre os trabalhadores imigrantes e as empresas. Também são realizados atendimentos pela Secretaria da Família e Proteção Social”, informou a prefeitura.
Vídeo antigo mostra como era a maior cidade do Oeste de SC nos anos 1950
Além disso, os imigrantes podem realizar o Registro Nacional Migratório (CRNM), documento obrigatório para estrangeiros que desejam residir temporária ou permanentemente no Brasil, na Polícia Federal ou no Terminal Rodoviário, ao lado do Centro de Atendimento ao Imigrante.
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Por que os estrangeiros escolhem Chapecó
De acordo com o professor Tafarel, a principal razão para Chapecó receber tantos imigrantes é a forte presença do setor agroindustrial, especialmente os frigoríficos.
— Essas empresas precisam de muita mão de obra, muitas vezes para trabalhos que os brasileiros locais não buscam. Isso atrai os imigrantes em busca de emprego imediato e estabilidade financeira — afirma o profissional.
— Então, enquanto Chapecó oferece um acesso mais direto ao mercado de trabalho na indústria, Florianópolis, com seu perfil mais voltado para serviços e tecnologia e um custo de vida mais alto, pode ser mais desafiador para a integração inicial de muitos imigrantes— revela Tafarel.
Para a prefeitura de Chapecó, os motivos para os imigrantes virem para a região têm relação com as oportunidades de emprego em diversos segmentos, com a boa oferta e atendimento em etapas da educação e pelas medidas de acolhimento dos imigrantes.
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Com mais de 250 mil habitantes, Chapecó é considerada a maior cidade do Oeste catarinense. Nos seus quase 108 anos de história, a região já passou por diversos momentos que marcaram a trajetória da cidade e ajudaram no desenvolvimento da região.
Veja fotos de como era Chapecó antigamente
Um vídeo antigo publicado nas redes sociais mostra como era a cidade em 1950. O conteúdo está disponível do canal da Hemeroteca dos Museus de Chapecó no YouTube, um projeto que busca digitalizar arquivos audiovisuais antigos da região.
Veja o vídeo da cidade
Novos investimentos
Com crescimento populacional de 38,8% e Produto Interno Bruto (PIB) per capita superior a R$ 60 mil, segundo dados do IBGE, Chapecó também se tornou um dos mercados mais promissores do país para quem busca investir em imóveis.
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Reconhecida como a capital brasileira da agroindústria, a cidade acaba de receber um lançamento imobiliário: o loteamento Revoar, anunciado pela ABecker, uma das principais urbanizadoras do país, com mais de 59 mil lotes em seu portfólio, sendo 19 mil já entregues.
— Olhamos para Chapecó com a mesma visão estratégica que aplicamos em outras cidades que passaram por ciclos consistentes de valorização. É uma cidade com forte base econômica, crescimento planejado, qualidade de vida e um mercado imobiliário em plena expansão — afirma Anderson Becker, fundador da ABecker.
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