Florianópolis vive um momento de expansão. Apenas nos últimos três anos, a cidade recebeu mais de 50 mil novos moradores, segundo dados do IBGE. Com quase 600 mil habitantes, a capital catarinense figura entre as capitais brasileiras que mais crescem, o que intensifica a necessidade de planejamento urbano voltado à mobilidade, convivência e qualidade de vida.
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Nos últimos anos, um movimento integrado entre lideranças públicas e privadas tem buscado referências internacionais para orientar os próximos passos da cidade. Uma missão realizada para cidades como Copenhague, Londres, Lisboa e Coimbra reuniu representantes de diferentes setores para conhecer soluções urbanas bem-sucedidas e adaptáveis à realidade local.
Aprendizados internacionais
De acordo com o presidente da Associação Empresarial de Florianópolis (ACIF), Célio Bernardi, cada uma dessas cidades demonstra que o desenvolvimento urbano se fortalece quando as pessoas são colocadas no centro das decisões.
“Copenhague é exemplo de como a coragem de repensar o espaço urbano gera resultados concretos em poucas décadas. O fechamento de ruas para carros, o incentivo ao uso da bicicleta e a valorização de praças e calçadas não apenas melhoraram a qualidade de vida, mas também impulsionaram o comércio local e a vitalidade da cidade”, destaca.
Londres, por sua vez, ampliou áreas de convivência e integrou diferentes modais de transporte, mostrando que é possível conciliar crescimento econômico com bem-estar social.
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Em Portugal, Lisboa apresentou soluções de requalificação urbana que preservam a memória histórica, enquanto Coimbra adotou um sistema de transporte eficiente em áreas de relevo acidentado — contexto semelhante ao de Florianópolis.
Bernardi afirma que um dos principais aprendizados foi o papel da cooperação:
“Quando esses três setores caminham na mesma direção, a transformação acontece de forma natural. Cidades sustentáveis não surgem por acaso, mas como resultado da colaboração e da visão de longo prazo”, aponta.
Caminhos possíveis para Florianópolis
A partir dessa visão, entidades empresariais locais — entre elas ACIF e CDL — vêm participando de iniciativas que buscam repensar áreas estratégicas da cidade, como a região central. Um dos projetos conta com apoio técnico do arquiteto Jan Gehl, referência mundial em urbanismo voltado às pessoas, além da participação de pesquisadores e órgãos públicos.
Para Bernardi, o potencial da capital está justamente no equilíbrio entre natureza, inovação e desenvolvimento econômico:
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“O futuro das cidades não pode ser apenas funcional, precisa ser humano. Compreender boas práticas internacionais e aplicá-las ao nosso contexto é mais do que inspiração, é estratégia.”
Ele reforça que a transformação urbana depende da mobilização contínua da sociedade:
“O propósito é contribuir para uma cidade que cresce sem perder sua essência, que gera oportunidades sem comprometer a qualidade de vida e que, sobretudo, coloca as pessoas no centro de suas escolhas.”

