Com apenas 5 anos, o pequeno Zayan Frizon Marques, morador de São Miguel do Oeste, no Extremo-Oeste de Santa Catarina, acaba de se tornar um dos mais novos integrantes da Mensa Brasil — associação que reúne pessoas com alto quociente de inteligência (QI). Ele agora faz parte de um grupo seleto de cerca de 5 mil brasileiros com inteligência acima da média aceitos na instituição.
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A aceitação foi confirmada no início de abril, após a análise de testes realizados por Zayan quando tinha apenas 3 anos e 10 meses. Na avaliação feita por uma neuropsicopedagoga em Chapecó, ele apresentou um QI médio de 140, desempenho que o coloca entre os 2% da população mundial com inteligência acima da média, principal critério para integrar a Mensa.
A Mensa Brasil, que atua há quase 23 anos no país, representa a instituição internacional, fundada em 1946 na Inglaterra. A entidade tem o objetivo de promover a colaboração intelectual entre pessoas com altas habilidades cognitivas.
A mãe de Zayan, Simone Frizon, de 36 anos, notou o superdesenvolvimento do filho desde muito cedo:
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— Quando era bem pequeno, ele já desmontava e montava um tapete em formato de quebra-cabeça. Com dois anos, conhecia as letras, e aos três, já lia e fazia cálculos. Ele também começou a caminhar com cerca de nove meses — conta.
Santa Catarina tem 140 pessoas consideradas “super gênios”
Na época em que os testes foram aplicados, o pai, Darmiseu Marques Filho, 47 anos, já cogitava enviar os resultados para avaliação da Mensa. Mas o casal achou que ainda era cedo. Em 2025, decidiram dar andamento ao processo, e a resposta positiva veio logo depois.
Simone conta que Zayan sempre demonstrou grande interesse por atividades que envolvem lógica e raciocínio.
— Ele adorava quebra-cabeça e tudo o que envolvia raciocínio lógico. Como ele gostava muito de matemática e de desafios lógicos, nós sempre procuramos estimular, com brinquedos e brincadeiras, mas sempre de forma lúdica — relata a mãe.
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Ela explica que os interesses do filho são variados, mas são sempre marcados por intensidade.
— Ele teve uma fase muito voltada à matemática, depois passou a gostar de leitura, e agora está muito interessado em ciências e experimentos. Também aprendeu a dirigir kart e está adorando. Ele é bem ativo e se interessa por muitas coisas, e em cada uma delas, se sai muito bem — afirma Simone.
Este ano, Zayan começou a estudar em uma escola pública da rede municipal de São Miguel do Oeste. Pelo nível de conhecimento, foi matriculado diretamente no 1º ano, com colegas um pouco mais velhos.
— A aceleração foi importante por causa da necessidade cognitiva dele. Na turma anterior, ainda estavam aprendendo as letras, e como ele já sabe ler, acabava ficando desestimulado. Agora, mesmo dizendo que ainda está fácil, já tem um conteúdo que o instiga mais — diz Simone. — E também, emocionalmente, ele se desenvolve melhor quando está com crianças que compartilham os mesmos interesses.
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Ela reforça que, apesar disso, Zayan se relaciona bem com colegas da mesma idade:
— Ele tem dois amiguinhos da idade dele, mas desde pequeno sempre gostou mais de brincar com crianças mais velhas. Hoje, tem amigos de 8, 9 anos. Ele se adapta bem, mas tem mais afinidade com os maiores por conta dos interesses em comum.
Sobre os testes cognitivos, Simone explica que o filho vê tudo como um desafio divertido.
— Quando ele fez os testes de QI, nós ficamos um pouco assustados, mas ele achou tudo divertido. Pedia para voltar, dizia que queria mais desafios. Ele vê como algo estimulante, não como uma dificuldade. Às vezes, quem se preocupa mais somos nós — conta a mãe.
A família vê na Mensa uma oportunidade para Zayan interagir com outras crianças com interesses semelhantes, além de cursos, palestras e, futuramente, a possibilidade de bolsas de estudo inclusive no exterior.
— A gente tenta fornecer o que é possível dentro das nossas condições financeiras e das oportunidades que ele tem. Mas quem vai decidir o que quer ser é ele. Não criamos expectativas demais, queremos que ele seja feliz com as escolhas dele. O que ele escolher, vamos apoiar — comenta Simone.
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Para acompanhar melhor o desenvolvimento do filho, ela decidiu iniciar uma graduação em Psicologia. Ela destaca que crianças com altas habilidades intelectuais costumam apresentar características específicas, como perfeccionismo e autocobrança.
— Elas têm uma necessidade constante de estímulo, um interesse incansável por tudo. A curiosidade e a argumentação são intensas, e o vocabulário é muito amplo. É desafiador, porque eles não se contentam com qualquer resposta. A gente vive com o celular na mão para pesquisar, porque os questionamentos são profundos e constantes — comenta a mãe.
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