Ao longo de 2024, a hipótese da formação do fenômeno La Niña foi levantada, com previsão para formação entre o final do inverno e início da primavera. A menos de um mês para o fim da estação (o verão começa em 21 de dezembro), no entanto, novos modelos climáticos apontam chances cada vez mais remotas e tardias para chegada do fenômeno.

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O meteorologista de Defesa Civil de Santa Catarina, Caio Guerra, afirma que o La Niña não se formou no período previsto, e as condições para uma eventual formação estão cada vez menores.

— Não há mais tempo hábil para a formação de La Niña para o final do ano de 2024 e a condição para sua formação no verão é muito pequena no decorrer de 2025 — explica o meteorologista.

O que é o La Niña

Segundo Guerra, o La Niña e o El Niño são duas faces de uma mesma oscilação nas temperaturas da superfície do Oceano Pacífico. Quando as temperaturas estão acima da média, na região central, o fenômeno é caracterizado como El Niño. Quando as temperaturas estão abaixo da média, o fenômeno ganha o nome de La Niña.

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Essa era a expectativa para este ano: a superfície do oceano mais fria em relação a, por exemplo, ano passado. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no entanto, a condição vista é de normalidade (nem mais quente, nem mais fria).

Infográfico mostra como atuam os fenômenos climáticos

Como o fenômeno poderia impactar Santa Catarina

Enquanto o El Niño costuma favorecer chuvas intensas em Santa Catarina, o La Niña, em geral, tem o efeito contrário, com uma maior propensão à seca e estiagem, em algumas épocas do ano, como na primavera.

— Uma primavera, sob o fenômeno do El Niño, traz bastante chuva, como foi observado no ano de 2023, enquanto uma primavera no ano de La Niña costuma ser mais seca e trazer problemas de estiagem no Estado — explica o meteorologista.

Para que os efeitos pudessem ser observados, no entanto, ainda é necessário que estes fenômenos tenham intensidades maiores. Não era o caso do La Niña, que, mesmo nos modelos anteriores, tinha previsão de ser mais fraco.

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— E agora que o fenômeno tem uma chance muito remota de se formar, não são esperados efeitos significativos — pontua Guerra.

Últimos anos com La Niña

A últimas vez que o La Niña se formou foi no inverno de 2020, se mantendo por boa parte de 2021 e também em 2022. Com a longa duração do fenômeno, Santa Catarina passou por períodos de estiagem, especialmente no Oeste do Estado.

Já em 2023, o El Niño se formou, causando períodos de mais chuva e, consequentemente, enchentes, a exemplo do que foi visto no Vale do Itajaí entre outubro e novembro.

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