Com redução de até 98,9% dos casos de dengue nos primeiros quatro meses do ano, Joinville, no Norte de Santa Catarina, zerou o número de mortes pela doença, na comparação com o mesmo período do ano anterior.

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Joinville teve redução nos casos de dengue

Em 2024, a maior cidade de SC tinha registrado 58.322 casos de dengue e 66 óbitos pela doença, até a 18ª semana epidemiológica. Neste ano, são 622 casos e nenhuma morte registrada até o momento, conforme dados da prefeitura de Joinville.

De acordo com a Prefeitura, para conseguir reduzir os casos, foi preciso realizar campanhas de prevenção, orientação, mutirões e a implantação do método Wolbachia. Nos primeiros quatro meses, agentes de combate à endemias fizeram 329 mil visitas em residências e comércios, além de quatro mutirões nas regiões com mais incidência de casos.

Segundo Tharine Aparecida Dal-Cim, bióloga da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) de Santa Catarina, a doença tem períodos com uma redução na quantidade de contaminações após períodos de maior prevalência.

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— O ano passado foi muito atípico para o Brasil em relação à dengue. Esse ano, vemos a tendência de redução. A dengue tem ciclos, vemos dois anos de pico, depois redução e ainda pode retornar. Além disso, acredito que foi um aprendizado também que o município e a população tiveram depois de várias epidemias — explica.

Dal-Cim explica que parte da população pode estar imune a sorotipos da doença, mas ainda corre o risco de se contaminar.

— Se eu peguei a dengue e estou imune ao sorotipo 1 e 2, ainda posso ser contaminado com o sorotipo 3 e 4, que estão circulando pela cidade — disse a bióloga.

E o método Wolbachia?

Apesar do método Wolbachia de combate à dengue ser utilizado em Joinville desde 2024, a bióloga afirma que o uso não deve ter relação direta com a redução dos casos neste ano. Isso porque o método não deve ser utilizado para resultados a curto prazo.

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O método Wolbachia consiste na liberação do mosquito Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais, estabelecendo, aos poucos, uma nova população destes mosquitos, todos com Wolbachia. Esta bactéria está presente em 60% dos insetos da natureza e não causa danos aos humanos. Ela impede que os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam dentro dos insetos.

— Mas com certeza vamos ter resultados positivos por conta do Wolbachia nos próximos anos — disse Tharine.

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