A barragem de contenção de enchentes de Mirim Doce, no Alto Vale do Itajaí, está mais perto de sair do papel. A licitação para os projetos e a execução da obra foi lançada na última sexta-feira (5) pelo governo de Santa Catarina. A Secretaria de Estado da Defesa Civil prevê um custo de R$ 110 milhões.
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As empresas interessadas têm até 19 de março de 2026 para apresentar as propostas.
Quando pronta, essa será a quarta barragem de contenção de enchentes do Alto Vale do Itajaí. Atualmente, a região já conta com estruturas semelhantes em Taió, Ituporanga e José Boiteux. A de Mirim Doce será construída no Rio Taió, com 38 metros de altura e 100 metros de largura.

Terá uma comporta para escoamento e capacidade para reter até 12,63 bilhões de litros de água.
A barragem de Mirim Doce será feita com concreto compactado a rolo. “A barragem protegerá diretamente os municípios de Mirim Doce e Taió, alcançando também áreas de influência em Rio do Sul e Lontras”, segundo a Defesa Civil do Estado.
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Após a assinatura da ordem de serviço, a obra deve levar dois anos para ficar pronta.
As barragens já existentes no Alto Vale do Itajaí
Barragem de Taió
Rio: Itajaí do Oeste
Capacidade: 100 bilhões de litros de de água
Comportas: sete comportas
Barragem de Ituporanga
Rio: Itajaí do Sul
Capacidade: 104 bilhões de litros de de água
Comportas: cinco comportas
Barragem José Boiteux
Rio: Itajaí do Norte
Capacidade: 357 bilhões de litros de água
Comportas: duas comportas
O que é uma barragem de contenção de enchentes?
É uma barragem construída para segurar temporariamente o excesso de água da chuva e evitar que os rios transbordem nas cidades. É tipo uma caixa d’água gigante que fica quase vazia na maior parte do tempo, só esperando para ser usada quando chove demais.
Como ela funciona?
O rio passa pela barragem normalmente. A barragem fica com as comportas abertas e o reservatório praticamente vazio. É como uma pista de corrida limpa: o rio só segue seu caminho.
E quando começa a chover muito?
O nível do rio sobe rapidamente. Para evitar enchentes nas cidades abaixo do rio, a equipe da Defesa Civil fecha comportas. Isso diminui a quantidade de água que continua descendo pelo rio. A água começa a ficar “presa” atrás da barragem e o reservatório começa a encher. Assim, a barragem segura o pico da enchente, evitando que ele chegue inteiro às cidades.
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Durante o pico da chuva
A barragem funciona como um freio hidráulico. Parte da água continua passando para baixo do rio. Outra parte fica retida temporariamente no reservatório. É como se alguém apertasse o freio num carro descendo a ladeira: a barragem segura a “velocidade” da água.
Depois que a chuva passa?
Quando o nível do rio abaixo da barragem volta ao normal, a equipe abre as comportas gradualmente. A água represada é devolvida ao rio de forma controlada. Assim, o reservatório volta a ficar vazio para a próxima enchente.

