O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que pretende incorporar o Canadá aos EUA e tomar a Groenlândia e o Canal do Panamá. A poucos dias de assumir à Casa Branca, o republicano afirmou ainda que deseja mudar o nome do Golfo do México para “Golfo da América”. As informações são do g1.
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O pronunciamento ocorreu nesta terça-feira (7), durante uma entrevista coletiva em um resort de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida. O futuro presidente afirmou que pretende usar a força econômica para atingir os objetivos e reiterou que aplicará “tarifas pesadas” para o México e o Canadá, alegando compensar o alto fluxo de drogas entrando nos EUA.
Trump declarou também que não descarta o uso de força militar para controlar as regiões da Groenlândia e do Canal do Panamá, justificando que ambas são importantes para a economia e a segurança dos Estados Unidos.
Em relação ao Canadá, o presidente eleito sugeriu que o país fosse incorporado aos Estados Unidos, se tornando o 51º estado norte-americano. Segundo o republicano, os EUA gastam demais para defender o Canadá e afirmou que o país vai deixar de comprar madeira ou carros canadenses, já que “não precisa” dos produtos do vizinho.
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Durante a coletiva, Trump também defendeu mudar o nome do Golfo do México para “Golfo da América”. Ele não deixou claro qual seria o objetivo da medida, mas afirmou que os Estados Unidos fazem a “maior parte” do trabalho na região e que, portanto, a área deveria pertencer ao país.
Veja as áreas que Trump deseja impor controle americano:
Canadá
Logo após o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, anunciar que iria renunciar ao cargo, na segunda-feira (6), Trump sugeriu em uma rede social que o Canadá se tornasse um estado dos EUA. Trudeau segue no comando do país até as próximas eleições.
“Muitas pessoas no Canadá amam ser o 51º estado. Os Estados Unidos não podem mais sofrer com os enormes déficits comerciais e subsídios que o Canadá precisa para se manter sem dívidas. Justin Trudeau sabia disso e renunciou”, afirmou Trump.
Na terça-feira, Trump voltou a comentar o caso. Ele chamou a fronteira entre os dois países de “linha artificialmente desenhada” e disse que eliminá-la seria melhor para a segurança financeira. Mais tarde, o republicano fez dois posts em uma rede social que mostravam mapas em que Estados Unidos e Canadá aparecem como um único país.
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Após as declarações, Trudeau afirmou que “nunca, jamais, o Canadá fará parte dos Estados Unidos”. O primeiro-ministro disse ainda que seria mais fácil uma bola de neve não derreter no inferno.
“Os trabalhadores e as comunidades dos nossos dois países se beneficiam do fato de sermos os maiores parceiros comerciais e de segurança”, escreveu Trudeau em uma rede social.
Groenlândia
A Groenlândia é um território com governo próprio, mas sob a Constituição da Dinamarca. A ilha está localizada no Atlântico Norte, entre a América do Norte e a Europa.
Os Estados Unidos a consideram um território estratégico para a segurança nacional, já que poderia abrigar sistemas de defesa capazes de interceptar mísseis vindos da Europa ou do Ártico. Além disso, radares instalados na região ajudariam a identificar navios e submarinos, principalmente russos, monitorando as águas entre a Islândia, a Grã-Bretanha e a própria Groenlândia.
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Atualmente, a Groenlândia abriga uma base militar dos Estados Unidos, uma vez que a Dinamarca é uma aliada de longa data do governo norte-americano.
Durante seu primeiro mandato como presidente, Trump afirmou que faria uma oferta para comprar a Groenlândia. Na época, as autoridades da ilha responderam que o território não estava à venda.
Na terça-feira, Trump ameaçou elevar tarifas contra a Dinamarca caso o país tente impedir os Estados Unidos de adquirir a Groenlândia. Ele também não descartou o uso de força militar. As autoridades da Groenlândia reiteraram que o território não está à venda.
Canal do Panamá
O Canal do Panamá foi inaugurado em agosto de 1914 e foi considerado a maior obra de engenharia da época. A construção possibilitou a passagem entre os oceanos Atlântico e Pacífico através das Américas, reduzindo o tempo de viagem de navios cargueiros.
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Na época, o Panamá ainda era uma província da Colômbia. Os americanos decidiram apoiar a independência do país e ancoraram navios nas duas costas da região. Três anos depois, já como um Estado autônomo, o Panamá firmou um acordo com os EUA para a construção do canal.
Os Estados Unidos controlaram o Canal do Panamá até o final de 1999, quando ele foi entregue ao governo panamenho. Ao longo de mais de 80 anos, a via impulsionou a economia norte-americana e contribuiu para o desenvolvimento do noroeste dos EUA.

Trump acusou o Panamá de cobrar taxas excessivas para o uso do canal e afirmou que existe o risco de influência chinesa na região. Dois portos próximos à entrada do canal são administrados por uma empresa de Hong Kong.
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— Se os princípios, tanto morais quanto legais, deste gesto magnânimo de doação não forem seguidos, então exigiremos que o Canal do Panamá seja devolvido a nós, integralmente, rapidamente e sem questionamentos — afirmou o presidente eleito.
O governo do Panamá afirmou que as taxas cobradas para o uso do canal são calculadas e avaliadas com transparência, ajudando a manter a estrutura. O presidente panamenho, José Raúl Mulino, disse ainda que o canal não está sob o controle ou influência de nenhum outro país.
Golfo do México
Trump ainda defendeu mudar o nome do Golfo do México para “Golfo da América”.
— Nós vamos mudar o nome do Golfo do México para ‘Golfo da América’, que nome bonito. É apropriado porque o México tem um déficit enorme com a gente, e nós fazemos todo o trabalho lá — afirmou Trump.
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O Golfo do México é o maior golfo do mundo, sendo cercado por terras da América do Norte e da América Central. A região tem uma superfície de aproximadamente 1,55 milhão km², e seu subsolo é rico em petróleo. Além dos EUA, o golfo banha o México e Cuba.
Ainda não está claro o que Trump pretende com a fala nem como ocorreria a mudança de nome. Também não ficou claro se a medida seria uma referência ao controle da região.
Oriente Médio
Trump ameaçou mais de uma vez o Hamas, dizendo que “vai abrir as portas do inferno no Oriente Médio” caso os reféns israelenses mantidos pelo grupo terrorista em Gaza não tenham sido libertados até ele assumir o cargo, em 20 de janeiro.
— Se os reféns não estiverem de volta até o momento em que eu assumir o cargo, o inferno irá se desencadear no Oriente Médio, e isso não será bom para o Hamas e, francamente, não será bom para ninguém — disse o republicano.
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*Sob supervisão de Luana Amorim
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