Após uma decisão judicial, um programa que realiza o tratamento de pessoas com HIV e AIDS em Santa Catarina foi retomado. No entanto, não há certeza sobre a continuidade dos atendimentos, impactados pela suspensão de programas mundiais financiados pelos Estados Unidos em janeiro de 2025.

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No final de janeiro deste ano, o país norte-americano suspendeu o financiamento de diversos programas espalhados pelo mundo. De acordo com a Justiça do país, os recursos seriam destinados a atividades consideradas vitais.

Os cortes impactaram várias ações de saúde em território brasileiro. O programa “A hora é agora”, de Florianópolis, é um exemplo. O projeto era responsável pelo tratamento de pessoas com HIV e AIDS na capital de Santa Catarina, e financiava a entrega de medicamentos pelos Correios. Com o corte das verbas, o serviço foi suspenso.

De acordo com Ronaldo Zonta, médico de família, cinco infectologistas, oito enfermeiras e dois farmacêuticos foram desligados de seus postos de serviço e perderam seus contratos, suspendendo as atividades do programa no início de fevereiro.

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Retomada de serviços

Por meio de uma ação judicial movida nos Estados Unidos, o repasse de verbas para programas de tratamento de HIV voltou a ser garantido na última sexta-feira (14) e, com isso, o programa “A hora é agora” voltou as atividades.

Enquanto as novas contratações acontecem, o atendimento dos cerca de 9 mil pacientes com HIV em Florianópolis deve ser realizado por meio da rede de Atenção Primária, pelos médicos da família nos postos de saúde.

O retorno acontece de forma parcial por dois meses e, pela possibilidade da decisão ser revertida, o futuro do programa segue incerto.

Apesar disso, segundo Ronaldo, os medicamentos para o tratamento e os testes continuam garantidos para a população.

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— O medicamento não é impactado porque o Brasil é autossuficiente, pelo SUS, de todos os medicamentos para HIV. Seja para tratamento ou prevenção. A gente não tem nenhuma falta, nem perspectiva de desabastecimento do medicamento. Os auto-testes, teste rápido de HIV e os insumos de prevenção também continuam — explica o especialista.

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