Balneário Camboriú e região tem um novo peixe para chamar de seu. Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) identificaram uma nova espécie do grupo Microcambeva, batizada de Listrura elongata, na bacia do Rio Camboriú. O pequeno morador foi observado pela primeira vez depois de uma enchente. A cheia arrastou galhos e outros materiais, o que gerou retenção no leito do rio. Foi em meio a esse “caos”, em um toco de xaxim, que o peixe foi observado.
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O Listrura elongata é pequeno, vive soterrado no leito do rio entre folhas e sedimentos e não possui nadadeira dorsal, uma característica evolutiva associada à adaptação para a vida subterrânea. Ele é a quarta espécie do gênero descrita sem essa nadadeira.
O pesquisador Caio Feltrin, um dos autores do estudo, fala da importância da novidade:
— Essa espécie é realmente uma pérola. O interessante é que ela ocorre exclusivamente nos pequenos córregos e riachos das cabeceiras da bacia do Rio Camboriú, em ambientes muito específicos e delicados. Não existe em nenhum outro lugar do mundo — explica.
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A descoberta ocorreu na área de abrangência do Projeto Produtor de Água do Rio Camboriú, iniciativa da Empresa Municipal de Água e Saneamento (Emasa) que se dedica à conservação e recuperação de nascentes, detalha o coordenador do projeto, Rafael Camparim dos Santos.
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— É muito significativo que essa nova espécie tenha sido identificada dentro de áreas contempladas pelo Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), integradas ao Produtor de Água. Isso mostra que os esforços de restauração e proteção dos recursos hídricos também contribuem para a preservação de espécies ainda desconhecidas da nossa biodiversidade — comemora Rafael.
O Listrura elongata tem corpo alongado, ideal para se mover em frestas e galerias no fundo do rio, comportamento que explica sua adaptação para perder a nadadeira dorsal.
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