Conchas gigantes tomam conta da areia em praia de Laguna: “Maiores que a minha mão”

Uma publicação que mostra diversas conchas na Praia do Mar Grosso, em Laguna, no Sul de Santa Catarina, tem despertado a curiosidade de internautas nas redes sociais. As estruturas calcárias que servem como proteção externa para o corpo de moluscos são comuns nas praias catarinenses, mas a quantidade e o tamanho delas foi o que chamou atenção.

A influenciadora Janine Brandão publicou um vídeo em seu perfil oficial mostrando a situação nessa quarta-feira (6). Na publicação, que já soma quase 12 mil curtidas, ela se demonstra surpresa com as peculiaridades de cada concha.

— Não são conchas pequenas, são conchas gigantes — disse Janine.

Na legenda do vídeo, ela ainda comenta que algumas estruturas eram maiores que a própria mão. Segundo o biólogo e professor da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Pedro Volkmer de Castilho, há uma possível explicação para a presença de tantas conchas e moluscos em Laguna.

— As conchas chegam à praia através da ação das ondas, correntes marinhas e tempestades. Após a morte do organismo, a concha, se não for destruída, pode ser transportada e depositada na praia. Ainda em casos de maré baixa e tempestades podem expor conchas que estavam enterradas na areia. É bem provável que isso seja ação do ciclone dos últimos dias — explica o biólogo.

Coletar conchas da praia é proibido?

Apesar da beleza das famosas “casinhas” de moluscos, é importante ressaltar que coletar estas estruturas pode gerar consequências no ecossistema. As conchas são compostas de carbonato de cálcio, substância fundamental para o equilíbrio do ecossistema marinho. Elas também servem como abrigo e espécie de “âncoras” para animais e algas, além de atuar como a própria areia.

Em solo brasileiro, a recomendação de órgãos como o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) é de evitar retirar as conchas do habitat natural. A posição, em campanhas oficiais, é de que turistas levem do ambiente “apenas memórias e fotografias”.

Conforme o Ministério do Meio Ambiente, a comercialização de restos de conchas, corais, estrelas do mar é crime ambiental, podendo render multa e até três anos de detenção. Já na Lei de Crimes Ambientais é determinado que ações humanas que prejudicam o ambiente aquático e resultam na morte de espécies que vivem nessas águas pode ser considerada uma infração. A lei ainda pune quem “transporta, comercializa, beneficia ou industrializa” espécies provenientes de coleta proibidas.

Inclusive, nas redes sociais, a influenciadora brincou que havia levado alguns exemplares vazios para casa, mas assim que soube da importância das conchas para a praia, as devolveu ao habitat natural.

— A gente trouxe as conchas para a praia e vamos devolver — completou.

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