O hambúrguer vegetariano não é uma novidade e podemos encontrá-lo facilmente em lanchonetes, hamburguerias e supermercados — mas o que fez o chamado “hambúrguer do futuro” surgir com tanto frenesi? Justamente seu sabor, textura e cor que simulam os da carne, apesar de ter em sua composição apenas plantas.
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As carnes alternativas são a aposta das indústrias alimentícias chamadas foodtechs — startups que empregam tecnologia na comida — para atrair consumidores vegetarianos e veganos preocupados com a saúde e/ou o meio ambiente.
Fundada em 2011, a Impossible Foods é uma empresa do Vale do Silício voltada ao desenvolvimento de carnes e laticínios à base de vegetais e lançou seu hambúrguer a partir de uma molécula chamada “heme”, criada em laboratório para trazer o gosto característico da carne que vai ao fogo. Em 2013, surgiu a Beyond Meat, empresa fabricante de alimentos alternativos à carne e que já recebeu investimentos de Bill Gates e Leonardo Di Caprio.
No Brasil, a empresa Fazenda Futuro (do mesmo criador da marca de sucos Do Bem), lançou o Futuro Burger, seu hambúrguer vegano à base de plantas que simula o sabor, cor e textura da carne. O hambúrguer já é tão falado, que a expressão em português “hambúrguer do futuro” se popularizou para denominar todos os hambúrgueres desse tipo por aqui.
Como preparar

Com a curiosidade de uma carnívora (nem tão carnívora assim) ao provar mais uma novidade, comprei um Futuro Burger congelado no supermercado para fazer em casa. A lista completa de ingredientes na embalagem é a seguinte: água, preparo proteico (proteína texturizada de soja, proteína isolada de soja, proteína de ervilha e farinha de grão de bico), gordura vegetal, amido modificado, cebola, condimento preparado sabor carne, sal, açúcar, beterraba em pó (para simular a cor e o sangue da carne), estabilizante metilcelulose, aroma natural e antioxidante ácido ascórbico.Contrariando as instruções da embalagem, grelhei o hambúrguer congelado mesmo em uma frigideira de teflon e não acrescentei nenhuma gordura a mais.
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O cheiro defumado tomou conta da casa, me parecendo um cheiro ainda mais forte de carne do que um hambúrguer feito realmente com carne teria. O sabor me lembrou imediatamente o salgadinho Pingo d’Ouro sabor picanha e senti a textura mais macia que um hambúrguer de carne, mas nesse caso, preferi assim.
Mas, afinal, é saudável?

Em recente matéria publicada no final de agosto pela CNBC Make It, John Mackey, o co-fundador e co-CEO da Whole Foods— uma rede de supermercados multinacional dos Estados Unidos que comercializa alimentos naturais e orgânicos — polemizou ao falar sobre o mercado de “carnes” à base de plantas: “Se olharmos para os ingredientes, eles são alimentos altamente processados”. E continua: “Não acho saudável comer alimentos altamente processados. As pessoas prosperam comendo alimentos de verdade”, diz Mackey. “Quanto à saúde, eu não endosso isso, e esta é a maior crítica que farei em público.”
Por outro lado, John Mackey acredita que as carnes à base de plantas são escolhas mais éticas e melhores para o meio ambiente do que a carne comum.
A empresa Fazenda do Futuro ressalta que a quantidade de gordura encontrada no Futuro Burger é ainda menor do que um hambúrguer de carne comum e destaca que sua primeira versão lançada é ainda um teste em constante aprimoramento da receita, inclusive através de feedbacks recebidos.
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Mesmo não sendo tão saudáveis como imaginávamos ou gostaríamos, os alimentos industrializados à base de plantas e que simulam a carne podem conquistar carnívoros preocupados com a redução do impacto da pecuária no meio ambiente. Também podem servir como suporte à transição alimentar de pessoas que sentem dificuldade em reduzir a carne na alimentação; facilitando a adaptação aos que querem iniciar uma vida vegetariana ou vegana sem abandonar o sabor da carne.
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