Ela veste colete e cumpre sua missão com dedicação exemplar. Moana, uma American Staffordshire Terrier atua com visitas no Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, em Lages, e com a doçura de quem entende o sofrimento alheio, leva alegria, acolhimento e alívio emocional a pacientes, acompanhantes e profissionais da saúde.
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Apesar de não ser oficialmente chamada de pitbull, a raça dela faz parte do grupo de cães conhecidos assim, por conta da origem e da aparência. E a trajetória da Moana começou durante a pandemia, quando sua tutora, a psicopedagoga Giselle Dias, decidiu se especializar em Intervenções Assistidas por Animais.
No processo, fez questão de escolher uma raça que carrega estigmas e preconceitos. “Eu, como autista, já sou vista de forma diferente. E, infelizmente, os cães da raça dela também são. Então eu queria que ela, assim como eu, mostrasse que somos muito mais do que os rótulos que colocam na gente”, explica a tutora.
Antes de atuar em hospital, Moana passou por treinamentos, testes de adaptação e só foi certificada após demonstrar aptidão com diferentes públicos, do infantil ao idoso. Hoje, ela sabe exatamente o que fazer.
Ao vestir o colete, muda o comportamento e assume o papel de terapeuta. “Ela é uma cachorra normal em casa: corre, cava, brinca. Mas colocou o colete, ela se transforma. No hospital, ela entende que tem um trabalho. Ela até reconhece o caminho”, diz Giselle.
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Veja fotos da Moana
Nos corredores da instituição, Moana é celebridade. Pacientes aguardam suas visitas e profissionais fazem pausas para um carinho. Os pacientes que, após receberem alta, continuam acompanhando Moana pelas redes sociais, mandam mensagens, compartilham como aqueles minutos ao lado dela fizeram diferença no processo de recuperação.
O trabalho também exige responsabilidade. Moana segue protocolos rigorosos de saúde, com acompanhamento veterinário, vacinação em dia e higienização constante. Tudo para garantir que a experiência seja segura e benéfica para todos.
“Eu costumo dizer que tenho o melhor trabalho do mundo. Porque é gratificante enquanto pessoa e enquanto profissional. A Moana foi desacreditada durante todo o processo, até na especialização. Chegou na final com um labrador e um golden. E quem passou foi ela, um pitbull. Foi um choro só. E isso só prova que, assim como muitas pessoas, ela também é muito mais do que um rótulo”, finaliza a tutora.
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