Já imaginou escalar as sete montanhas mais altas do mundo? O joinvilense Edgar Nascimento quer realizar essa façanha. O diretor comercial de 29 anos, formado em paraquedismo e apaixonado por esportes radicais, pretende encarar os maiores desafios: Everest (Ásia, 8.850m), Denali (América do Norte, 6194m), Kilimanjaro (África, 5.895m), Elbrus (Europa, 5.642m), Vinson (Antártida, 4.897m) e Pirâmide Carstensz (Oceânia, 4.884m).
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Na lista acima, constam seis das sete montanhas. Acontece que Edgar já escalou um deles, o Aconcágua (América do Sul, 6.961 metros) em janeiro deste ano. O montanhista decidiu começar por esse pico pela proximidade com o Brasil, entretanto, a aventura não ocorreu como planejado.
Depois de 12 dias na montanha, as dificuldades começaram a aparecer para Edgar e mais 10 brasileiros que estavam junto com ele. Uma tempestade provocou a descarga elétrica de um raio que atingiu o guia que estava com eles. Com o impacto do acidente, a maioria do grupo decidiu retornar à base da montanha. Menos Edgar e outros dois montanhistas.
O trio persistiu e só não chegou ao topo por dois motivos: o cansaço após 18 horas de caminhada e os problemas de locomoção causados pelo tempo ruim.
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– Acabou não sendo da forma que nós esperávamos, porque além disso, teve uma morte lá [no Aconcágua] nesse ano. Então isso acaba abalando psicologicamente uma parte da equipe. E o principal é que no dia veio uma tempestade absurda, uma névoa muito grande, e acabou impedindo a parte visual do nosso time – descreve Edgar.
Apesar de serem impedidos de continuar o percurso, eles conseguiram subir 6.862 metros, a 99 metros do pico.
Nova variante da Covid e guerra impediram as próximas escaladas
Neste ano, Edgar tinha mais duas montanhas em mente: Kilimanjaro e Elbrus. Contudo, elas precisaram sair da rota por causa de situações fora do controle do joinvilense.
A montanha do continente africano foi descartada pelas restrições por causa da variante Ômicron, que surgiu na África do Sul. Já a escalada do Elbrus ficou inviável devido a guerra que acontece entre Rússia (país onde o cume está localizado) e Ucrânia.
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Dessa forma, Edgar buscou outras opções para continuar a aventura. Em 2023, o diretor comercial mira o Denali ou o próprio Kilimanjaro, caso o quadro sanitário melhore. Para o segundo local, ele não quer apenas escalar, como também fazer um desafio ousado.
– Por ser piloto de parapente, a minha ideia é a seguinte: fazer o cume do Kilimanjaro a partir do próximo ano, e me preparar na parte técnica, para fazer um voo e descer de parapente até onde eu conseguir – comenta.
A ambição do montanhista também se reflete no cronograma. Ele planeja completar o projeto em até cinco anos, ao invés do tempo padrão de sete anos.

Everest é o “cemitério dos montanhistas”
Durante esses cinco anos, o maior desafio que Edgar vai enfrentar é o Everest. Pode parecer clichê por ser o cume mais alto, entretanto, o local apresenta características que o tornam mais complexo e perigoso, como: altitude, condições climáticas e estrutura perigosa (com fendas no chão).
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De acordo com o diretor comercial, o Everest é conhecido como “cemitério dos montanhistas”. As circunstâncias assustam não apenas a Edgar, mas a família dele também, que revelou que não quer que ele faça isso.
– Eu sei que dá um medo quando tu vai para um lugar que sabe que tu pode não voltar. Mas eu acho que é aquele medo do respeito – comenta.
Outro fator determinante é a adaptação ao clima. Segundo Edgar, a condição meteorológica de um cume muda rápido, provocando a fusão de onda de calor com frio de temperaturas negativas.
– Muita gente perdeu dedo, ponta do nariz. Muitas pessoas passaram mal por conta da falta de aclimatação – afirma.
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Rotina durante a escalada
O montanhista explica que alguns cuidados precisam ser tomados durante a subida. Um deles é com o uso dos mantimentos, nas viagens ele costuma levar enlatados, sopa, pão e gás para esquentar comida. A curiosidade ocorre na hora de beber água, como o frio nas montanhas é congelante, ele recolhe a neve, coloca dentro da panela e ferve até derreter para virar água. O recomendável é beber de seis a sete litros por dia.
Durante a passagem da noite, dois objetos são fundamentais: barraca (que segure ventos de 100 a 120 km/h) e saco de dormir (que aguente baixas temperaturas de -30° C, -40° C).
Já na hora da escalada, é necessário usar equipamentos que suportem o longo tempo de caminhada, como: bastão de trekking, tênis com garras aderentes, além de roupas que sejam capazes de manter o corpo aquecido.
Para escalar um dos cumes mais altos do mundo é preciso fazer um investimento considerável. Edgar explica que, em média, o custo de equipamentos, logística e alimentos gira em torno de R$ 50 mil.
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Sob supervisão de Lucas Paraizo
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