A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado será instalada nesta terça-feira (4) no Senado Federal, em meio a um cenário de forte repercussão da operação do Rio de Janeiro que deixou 121 mortos nos Complexos da Penha e do Alemão. Entre os senadores que vão integrar o colegiado estão Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Sérgio Moro (União-PR), ambos da oposição, e Jaques Wagner (PT-BA) e Fabiano Contarato (PT-ES), aliados do governo. O relator será o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do requerimento que criou a CPI.

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A comissão terá 11 titulares e sete suplentes. O grupo vai investigar a estruturação, expansão e financiamento de facções como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), além da atuação das milícias no país.

Veja os integrantes confirmados

Titulares

  • Alessandro Vieira (MDB-SE)
  • Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
  • Sérgio Moro (União-PR)
  • Jaques Wagner (PT-BA)
  • Magno Malta (PL-ES)
  • Rogério Carvalho (PT-SE)
  • Otto Alencar (PSD-BA)
  • Marcos do Val (Podemos-ES)
  • Nelsinho Trad (PSD-MS)
  • Jorge Kajuru (PSB-GO)

Suplentes

  • Marcio Bittar (PL-AC)
  • Zenaide Maia (PSD-RN)
  • Eduardo Girão (Novo-CE)
  • Fabiano Contarato (PT-ES)
  • Randolfe Rodrigues (AP).

Comando da CPI ainda é incerto

Ainda não há definição sobre quem presidirá a CPI. A presidência é o principal ponto de disputa entre os blocos, já que o cargo tem poder de pauta e influência nas convocações. O governo tenta garantir o comando com nomes como Jaques Wagner ou Fabiano Contarato, enquanto a oposição articula para colocar Flávio Bolsonaro à frente do colegiado, com apoio do “Centrão”.

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Assessores do Planalto avaliam que, caso a oposição assuma o controle, o impacto político pode ser maior do que o causado na CPI do INSS, quando o governo foi surpreendido e perdeu a presidência e relatoria para adversários.

O que será investigado

Com duração prevista de 120 dias e orçamento inicial de R$ 30 mil, a CPI pretende investigar:

  • A expansão e o financiamento de facções e milícias;
  • Lavagem de dinheiro e conexões com o poder público;
  • Domínio territorial e prisional;
  • Possíveis infiltrações no Estado; e
  • Propor mudanças legislativas para o combate ao crime organizado.

*Com informações do g1 e do Estadão