Treze pessoas foram presas durante a Operação Ruptura realizada na última sexta-feira (29). A ação investiga uma briga entre facções no Planalto Norte que terminou com uma morte e oito tentativas. Um dos presos é o pai de uma criança de sete anos que foi atingida por tiros em Major Vieira no dia 27 de abril deste ano.

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O homem é investigado por tentar matar o líder de uma facção rival cerca de um mês antes do ataque que feriu seu filho. De acordo com o delegado Darci Nadal Junior, da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Canoinhas, o menino acabou sendo uma vítima acidental dos disparos.

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— O ataque era contra ele, só que os atiradores acabaram errando na execução e acertando outros ocupantes do veículo, que foi o filho dele, no caso. Antes desse episódio, ele tentou tentou matar o indivíduo que é o líder do grupo rival. Acertou dois ou três tiros no indivíduo, que não faleceu. E a partir de então foram constantes ataques mútuos, de um grupo contra o outro — revela o delegado.

Operação Ruptura

Ao todo, seis mandados de prisão temporária e 18 de busca e apreensão foram cumpridos na sexta-feira em Major Vieira e Canoinhas. Além disso, foram lavrados sete autos de prisão em flagrante delito.

Durante a ação, foram apreendidas cinco armas de fogo; 86 munições de arma de fogo; 49 pedras de crack; 6,7 gramas de cocaína; 46 gramas de maconha e três rádios comunicadores. A operação contou com a participação de 100 policiais militares e civis, distribuídos em mais de 30 viaturas, além do apoio aéreo do Serviço Aeropolicial (Saer) e atuação dos canis.

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Segundo a Polícia Civil, o conflito iniciou por causa da disputa por território para o tráfico de drogas. Em cinco meses, desde março até agosto deste ano, a região registrou um homicídio e oito tentativas. Conforme o delegado Nadal Junior, as prisões da operação ocorreram no inquérito que apura esses homicídios.

Antes da operação, outros dois suspeitos já estavam presos preventivamente.

Ataque que feriu criança

O pai do menino de 7 anos foi um dos presos da operação. O ataque à criança aconteceu na noite do dia 27 de abril. A vítima estava com os pais quando foi surpreendida pelos disparos.

A Polícia Militar soube da ocorrência de tentativa de homicídio após o Samu atender e levar a criança até o Hospital São Lucas. Na unidade, os policiais encontraram os familiares da vítima, que relataram que estavam em um veículo quando foram surpreendidos por disparos de arma de fogo.

O pai da criança, que tem passagens policiais, era quem dirigia o carro, informou a PM. Conforme relatório policial, o veículo foi localizado abandonado em via pública e foi verificado que o carro tinha marcas de tiros que, inclusive, indicavam que os disparos atravessaram o banco traseiro, atingindo a vítima.

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Após ser atendido em Major Vieira, o menino ainda foi encaminhado para o Hospital São Vicente de Paulo, em Mafra, onde foi avaliado e encaminhado para tratamento cirúrgico de emergência. Após a realização da cirurgia e estabilização clínica ele foi transferido para Joinville.

O caso foi registrado como tentativa de homicídio doloso qualificado por meio que dificultou a defesa da vítima e por ela ter menos de 14 anos. Apenas a criança foi atingida pelos disparos. Ela sobreviveu, mas não há informações atualizadas sobre o estado de saúde.

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