O Mar do Caribe já é mais do que conhecido e dispensa apresentações, mas um roteiro navegando pelo sul da região reserva surpresas históricas e naturais que vão além das águas azuis (ou seriam esverdeadas?).

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Em uma semana, parando de porto em porto, os marcos da colonização espanhola na Colômbia, as praias agrestes de Aruba, o colorido casario de Curaçao ou as opções de compras no Panamá surpreendem o viajante por sua diversidade de atrações – e sem a necessidade de vistos.

O melhor de tudo isso: a bordo de um navio, o hotel é sempre o mesmo, sem o abre e fecha de malas, além das muitas opções de lazer que fazem o tempo passar rapidinho. Até demais!

Navio Monarch em Cartagena. Foto: Felipe Carneiro, Agência RBS

O embarque se dá em uma abafada Cartagena das Índias – a umidade do ar costuma ficar acima de 90% e a temperatura varia de 25ºC a 40ºC o ano todo -, no porto que recebe seus 375 mil passageiros anuais de mais de 200 cruzeiros com 200 aves e mamíferos de 47 espécies criados soltos no local que já foi um zoológico. Para um estreante na navegação, o tamanho do navio Monarch impressiona: são 270 metros de comprimento e 14 andares sobre a água. A estrutura leva 2,7 mil passageiros e 800 tripulantes, população maior do que a de muitas cidades.

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Variedade de programação noturna

O apito anuncia a partida e o início da descoberta de um mundo em alto-mar. Dois restaurantes – um deles com padrão internacional e menu diferente a cada noite -, freeshop, bares, cassino, teatro, boate, academia, spa. Com sistema all inclusive, há comida o tempo todo. As opções agradam a toda a família. Durante o dia, as piscinas reúnem a maior parte dos viajantes a bordo, e a extensa carta de drinques encanta com seu colorido.

Fotos: Felipe Carneiro, Agência RBS

À noite, o público se divide. Os adolescentes podem aproveitar um espaço onde quem tem mais de 17 anos não entra. Quem quer dançar se diverte ao som de duas bandas – uma delas brasileira – ou na pista da danceteria (a música caribenha não deixa esquecer a região por onde se está navegando). Duas cantoras brasileiras interpretam MPB em um bar. Em outro, a principal atração são as transmissões de várias modalidades esportivas. Vale conferir também os espetáculos que sobem ao palco do teatro Broadway, musicais exclusivos apresentados por um grupo de artistas em sua maioria vindos do Brasil.

Foto: Felipe Carneiro, Agência RBS

Se o navio já é empolgante – e aproveitar tudo que oferece é lei -, as paradas nos colocam em contato com povos de diferentes culturas, mas que trazem em comum a alegria inspirada pelas exuberantes paisagens do Caribe. Em cada porto, um novo encanto. E é só colocar em prática o refrão da música Vivir mi Vida, de Marc Anthony, tão ouvida que chega a grudar no inconsciente: “Voy a reír, voy a bailar, vivir mi vida, lá lá lá lá?”.

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Colômbia

O mar não é tão azul como no restante do Caribe, mas o que atrai ali é um título especial que Cartagena das Índias ostenta desde 1984: patrimônio histórico e cultural da humanidade. Onze quilômetros de muros erguidos no período colonial protegem a Cidade Velha. Agora não mais dos piratas, mas da destruição de seus sobrados com sacadas floridas. Ao percorrer as ruas de charrete, o som do trote dos cavalos complementa o retorno a séculos passados. O batuque de tambores vem de todos os lados, lembrando a marcante influência da cultura africana. Ao entardecer, o sol se põe sobre as águas da baía, e casais aproveitam as centenas de antigas janelas da muralha para namorar.

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Fotos: Felipe Carneiro, Agência RBS

Mas não eram só as grossas paredes que protegiam Cartagena. Sobre a colina, o Forte de San Felipe de Barajas ainda guarda a imponência da maior fortaleza militar espanhola na América. Construído para surpreender o inimigo, guarda artimanhas como corredores que levam a armadilhas, esconderijos para os soldados atacarem o invasor e uma rede de comunicação baseada em ecos que denunciam a presença de intrusos a metros de distância. No ponto mais elevado da cidade, o Santuário da Popa, que foi um convento dedicado a Nossa Senhora da Candelária, não deixa esquecer a forte religiosidade católica dos colombianos.

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Lá de cima, Cartagena se faz ouvir em seu burburinho de conversas, música e buzinas, um típico e efervescente centro urbano latino com quase 1,3 milhão de habitantes. E do alto também se avista a cidade nova, com seus edifícios modernos. Mais tarde, eles vão desaparecendo aos poucos enquanto o navio se afasta do porto rumo ao próximo destino.

Aruba

O slogan está por todos os lados, até mesmo nas placas dos veículos, e não poderia ser mais verdadeiro: Aruba, a ilha feliz. Com pouco menos de 200 quilômetros quadrados – nem a metade do território de Porto Alegre -, reserva uma diversidade de cenários que vai além das praias de areias brancas e água azul e sem ondas. O clima é quase desértico, praticamente não chove. No Parque Nacional Arikok, que cobre um quinto do território, cactos e iguanas estão por todos os lados.

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Fotos: Felipe Carneiro, Agência RBS

No norte da ilha, o vento é constante, e a formação vulcânica faz do cenário agreste, com mar de ondas fortes que abre pontes entre as rochas, a principal atração da praia de Andicuri. Chegar até lá em jipes 4×4 dá o clima de aventura ao passeio. Mas o mergulho nas águas azuis fica mesmo para a mais balada das praias – Palm Beach -, com seus grandes hotéis, cenário ideal para provar a Balashi, a cerveja local que traz estampada em seu rótulo a divi-divi, a contorcida árvore símbolo de Aruba avistada nas areias de Eagle Beach, outra praia no mais puro estilo da ilha feliz.

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No final da tarde, o pôr do sol visto do deck do navio, antes da partida, faz ter certeza de que toda a correria para aproveitar os encantos de Aruba ao longo do dia valeu a pena.

Venezuela

A situação política e econômica desencoraja muitos passageiros de desembarcar em La Guaira, porta de entrada do país, mas quem vai à terra vive a experiência de passar, em menos de uma hora, do nível do mar aos 2,7 mil metros da cadeia de montanhas que separa a cidade portuária da capital venezuelana.

La Guaira. Foto: Felipe Carneiro, Agência RBS

Para chegar até lá, a estrada sinuosa corta a diversidade de fauna e flora que se modifica conforme a altitude vai sendo alcançada ao longo do Parque Nacional Waraira Repano. Paradas são essenciais para ajudar o corpo a se aclimatar com a menor oferta de oxigênio. Na chegada ao cume, Caracas se apresenta como uma grande metrópole. A descida para a capital é mais rápida, em um teleférico que também é usado pelas 250 famílias que moram no local desde antes de se transformar em uma reserva.

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Caracas. Foto: Felipe Carneiro, Agência RBS

Curaçao

Enquanto o navio atraca devagarzinho no porto, uma cidade colorida se mostra a quem está ansioso por conhecer Willemstad – mais um patrimônio histórico e cultural da Unesco em nossa rota – e as praias de Curaçao. E é preciso aproveitar mesmo cada minuto: a parada é a mais rápida de todas do roteiro. Por isso, não há tempo a perder. Um city tour – com direito a conhecer o licor de laranja típico da ilha – prepara para a chegada ao Sea Aquarium, onde os golfinhos são a atração. Nadar com eles, com direitos a beijo no rosto, é emocionante. Para ganhar tempo, o melhor é curtir a praia ao lado.

Fotos: Felipe Carneiro, Agência RBS

Assim, sobram algumas horinhas para percorrer as ruas de Willemstad e observar de perto o colorido marcante das casas de estilo holandês que dão o tom da ilha, independente, mas parte do reino dos Países Baixos, assim como Aruba. Observar a ponte Rainha Emma é interessante. Ela é flutuante e se abre em duas partes para permitir a passagem de embarcações. E todo esse movimento acontece inclusive com as pessoas em cima da estrutura. Durante todo o passeio, os ouvidos e os olhos aguçados permitem perceber algumas semelhanças da principal língua local, o papiamento, com o português.

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