Lisa Cook, diretora do Federal Reserve (Fed) cuja demissão foi anunciada na noite segunda-feira (25) pelo presidente Donald Trump, afirmou que ele não tem poder para demiti-la e garantiu que não pretende renunciar. Em uma declaração divulgada ainda nesta segunda-feira pelo advogado dela, Cook afirmou que “não há motivo legal” para que Trump a demita. As informações são do g1.
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“O presidente Trump alegou ter me demitido ‘por justa causa’ quando não há justa causa prevista em lei, e ele não tem autoridade para fazê-lo. Não vou renunciar. Continuarei a cumprir meus deveres para ajudar a economia americana, como venho fazendo desde 2022”, declarou Cook em um comunicado.
“Tomaremos todas as medidas necessárias para impedir a tentativa de ação ilegal [de Trump]”, disse o advogado de Cook, Abbe David Lowell.
Com mandato até 2038, Cook foi a primeira mulher negra a integrar a diretoria do Fed. Ela havia sido indicada pelo democrata Joe Biden em 2022. Na última sexta-feira (22), Trump já havia afirmado que iria demitir Lisa Cook caso ela não renunciasse. Na ocasião, ela declarou que “não tinha intenção de ceder a pressões”.
O motivo para a demissão
A demissão foi anunciada nas redes sociais do presidente dos Estados Unidos. Em uma carta direcionada à diretora, Trump citou acusações relacionadas a hipotecas e afirmou não confiar na integridade dela. O republicano afirmou que a medida passa a ter efeito imediato.
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“De acordo com minha autoridade sob o Artigo II da Constituição dos Estados Unidos e o Ato do Federal Reserve de 1913, conforme emenda, você está, por meio desta, removida de seu cargo no Conselho de Governadores do Federal Reserve, com efeito imediato”, diz o documento.
No documento, Cook foi acusada de fraude hipotecária por declarar duas residências como principais para obter melhores condições de financiamento. O caso foi encaminhado ao Departamento de Justiça para investigação.
Ao citar a denúncia criminal, Trump diz que Cook declarou uma propriedade em Michigan como sua residência principal e “duas semanas depois, assinou outro documento para uma propriedade na Geórgia, afirmando que esta seria sua residência principal pelo próximo ano”.
“À luz de sua conduta enganosa e potencialmente criminosa em um assunto financeiro, eles não podem — e eu não posso — ter tal confiança em sua integridade”, diz o texto.
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Na prática, a confirmação da demissão de Lisa Cook e a saída antecipada de Adriana Kugler — diretora do Fed que anunciou sua renúncia ao cargo no início deste mês — abrem espaço para que Trump indique nomes alinhados à sua agenda econômica, em meio aos impactos do tarifaço de Trump.
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