O guia que estava acompanhando Juliana Marins, brasileira que morreu após cair de um penhasco na Indonésia, teria se afastado da brasileira para fumar, revelaram os pais da jovem em entrevista ao Fantástico neste domingo (29). De acordo com o laudo, divulgado na última sexta-feira (27), a jovem morreu devido a um trauma contundente que resultou em danos a órgãos internos e hemorragia. Com informações do g1. 

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— Juliana falou para o guia que estava cansada e o guia falou: “senta aqui, fica sentada”. E o guia nos disse que ele se afastou por 5 a 10 minutos para fumar. Para fumar! Quando voltou, não avistou mais Juliana. Isso foi por volta de 4h. Ele só a avistou novamente às 6h08min, quando gravou o vídeo e o enviou ao chefe dele — relata Manoel Marins, pai de Juliana.

Ainda segundo Manoel, o único equipamento que a equipe tinha no momento era uma corda, que foi jogada em direção a Juliana. 

— Depois, no desespero, o guia amarrou a corda na cintura e tentou descer sem ancoragem — conta o pai.

O parque acionou a brigada de primeiros socorros, que iniciou a subida por volta das 8h30min. A equipe só chegou ao local do acidente às 14h. A Defesa Civil da Indonésia (Basarnas) só foi acionada mais tarde e, segundo a família, chegou ao local por volta das 19h. 

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— Os culpados, no meu entendimento, é o guia, que deixou Juliana sozinha para fumar, 40 ou 50 minutos, tirou os olhos dela. A empresa que vende os passeios, porque esses passeios são vendidos em banquinha como sendo trilhas fáceis de fazer. Mas o primeiro culpado, que eu considero o culpado maior, é o coordenador do parque. Ele demorou a acionar a Defesa Civil — relata.

O Fantástico tentou contato com a polícia, os diretores do parque, com a prefeitura da ilha de Lombok, com o Ministério do Turismo, com o Ministério das Florestas, responsável pelo parque, com o Ministério do Exterior e até com a Presidência da Indonésia, mas ninguém respondeu.

Juliana era formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e também atuava como dançarina de pole dance. Desde fevereiro, ela fazia um mochilão pela Ásia, tendo passado por Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia.

Relembre o caso Juliana Marins

Prefeitura de Niterói assumiu os custos do translado

A prefeitura de Niterói, no Rio de Janeiro, assumiu os custos do translado de Juliana Marins. A publicitária era natural da cidade. O anúncio foi feito na noite de quarta-feira (25). Pelas redes sociais, o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), disse que conversou com a família da brasileira e assumiu o compromisso em cuidar do translado.

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“Conversei com Mariana, irmã de Juliana, e reafirmei o compromisso da prefeitura de Niterói com o translado da jovem para nossa cidade, onde será velada e sepultada. Que Deus conforte o coração da linda família de Juliana e de todos os seus amigos e amigas”, declarou o prefeito.

Juliana será velada e sepultada em Niterói, em data ainda não marcada. Na terça-feira (24), a prefeitura da cidade decretou luto oficial de três dias e anunciou que fará uma homenagem à jovem.

Relembre o caso

Juliana Marins caiu de um penhasco no sábado (21), enquanto fazia uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. A morte foi confirmada na terça-feira, após quatro dias de buscas. A operação de resgate era considerada complexa, devido à neblina densa e ao terreno acidentado do local.

O corpo foi resgatado do penhasco na quarta-feira (25) e ainda está na Indonésia. Juliana será velada e sepultada em Niterói, em data ainda não marcada.

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