O plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) decidiu revogar na tarde desta segunda-feira (8) a prisão do deputado e presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil). Suspeito de vazar informações sigilosas da Operação Zagun, e de obstruir investigações, ele foi preso na última quarta-feira (3). As informações são do g1.

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Eram precisos 36 votos favoráveis para revogar a prisão. Confira o placar:

  • 42 sim (a favor da revogação da prisão)
  • 21 não
  • 2 abstenções
  • 3 deputados faltaram e 1 licenciado

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou o projeto para revogar a prisão de Bacellar e o encaminhou para o plenário no final da manhã desta segunda.

Por que Bacellar foi preso

O presidente da Alerj foi preso no dia 3 na Operação Unha e Carne. De acordo com a Polícia Federal, a suspeita é que ele tenha vazado informações sigilosas da Operação Zargun, deflagrada em setembro, em que o então deputado estadual TH Joias foi preso.

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Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, foi preso por tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro, suspeito de negociar armas para o Comando Vermelho (CV). TH Joias assumiu o mandato em junho, porém deixou de ser deputado após sua prisão.

Quem é TH Jóias?

Thiego Raimundo dos Santos Silva (MDB), conhecido TH Joias, nasceu no Morro do Fubá, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ele herdou o ofício de joalheiro do pai e começou a vender joias aos 19 anos. Investigações posteriores apontaram que, parte das peças confeccionada por TH em sua trajetória, era com ouro roubado.

O interesse pela política aconteceu ao conhecer o ex-policial Marcos Falcon, presidente da Portela, que disputava uma vaga como vereador na Câmara do Rio de Janeiro. Falcon foi assassinado dias antes da eleição de 2016.

Ele chegou a ser preso entre 2017 e 2018 por suspeita de pagar propina a policiais e vender drogas e armas. Ele ficou 10 meses na cadeia.

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Próximos passos após a decisão da Alerj

Um procedimento específico é adotado quando a prisão de um deputado estadual ocorre, conforme estabelecido na Constituição. O primeiro passo é a elaboração do projeto de resolução aprovado pelos deputados e sua publicação no Diário Oficial da Alerj.

Depois, a Assembleia comunica o Supremo Tribunal Federal, já que o ministro Alexandre de Moraes é o responsável pela ordem de prisão e pela condução da investigação contra Bacellar. Ainda que os deputados tenham decido pela prisão, o STF pode impor medidas cautelares, como tornozeleira eletrônica, proibição de contato com investigados, entrega de passaporte, recolhimento domiciliar noturno e até afastamento de funções públicas.