O desembargador federal Macário Ramos Júdice Neto, preso na manhã desta terça-feira (16) na segunda fase da Operação Unha e Carne, recebeu mais de R$ 125 mil de salário em novembro, segundo o Portal da Transparência da Justiça Federal. O jurista também já ficou quase 18 anos afastado do cargo por decisão do próprio tribunal. Com informações do g1.
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Macário foi preso em casa, no Rio de Janeiro, por suspeitas de ajudar a vazar a ação contra o deputado estadual TH Joias (MDB), suspeito de ligação uma organização criminosa. Uma fonte da PF ouvida pelo blog da Camila Bomfim, do g1, diz que Macário estava em um restaurante com o então presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), quando esse ligou para TH Joias para avisá-lo da operação.
Em novembro deste ano, a remuneração do desembargador foi de R$ 90.187,61 mais gratificações e indenizações que, somadas, ultrapassam R$ 35 mil.
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Desembargador ficou afastado por 18 anos
O desembargador federal foi afastado do cargo em 2005 após o Superior Tribunal de Justiça abrir um processo criminal contra ele para apurar participação em um esquema de fraudes em sentenças judiciais.
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Quase 10 anos depois, o plenário do TRF-2 decretou a aposentadoria compulsória de Macário, acusado de envolvimento na máfia dos caça-níqueis o Espírito Santo. A decisão, no entanto, acabou revogada pelo CNJ. Qualquer punição só pode ser aplicada a um magistrado por falha disciplinar caso a maioria absoluta do tribunal decida assim.
Em nota, a defesa do desembargador afirmou que “o ministro Alexandre de Moraes foi induzido a erro ao determinar a medida extrema da prisão”. A defesa também informou que ainda não teve acesso à cópia da decisão que decretou a prisão de Macário, o que, “impede o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa”.
O comunicado conclui informando que a defesa apresentará os esclarecimentos nos autos e solicitará a imediata soltura do desembargador.






