É comum encontrar nas redes sociais a recomendação de que todos devem tomar vermífugo anualmente. No entanto, essa prática, que surgiu em um século com menos acesso a saneamento básico, hoje é questionada pela ciência e pode não ser mais necessária para a maioria da população.

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As parasitoses intestinais, antes um grande problema de saúde pública, agora afetam uma parcela muito menor da população em algumas regiões do mundo. Com a drástica diminuição dessas doenças, manter o hábito de medicar-se periodicamente pode ser arriscado e ineficaz.

Alguns promovem essa ideia com novos nomes, como “protocolo de desparasitação” ou “limpeza de impurezas”. Apesar da mudança de nomenclatura, não há nenhuma comprovação científica que sustente a funcionalidade ou a necessidade dessa prática generalizada.

Por que não é mais preciso?

A principal forma de infecção por vermes e protozoários ocorre através de alimentos ou água contaminados. Já parasitas como lombrigas e tênias podem invadir o organismo pelo contato com a pele, principalmente em ambientes sem higiene adequada.

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Se você tem acesso a água tratada e higieniza seus alimentos corretamente, não há necessidade de tomar vermífugo todos os anos. Mesmo para crianças, essa recomendação não se aplica mais, pois elas têm menos contato com ambientes de risco.

Ou seja, se você mora em uma área com saneamento básico e água tratada, ou não convive com esgoto a céu aberto, não é necessário tomar vermífugo periodicamente, conforme a revista Veja Saúde. Isso reflete o avanço das condições de saúde.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), os antiparasitários só devem ser recomendados como profilaxia, ou seja, para prevenir contaminação, em regiões com taxas de transmissão da doença superiores a 20%. Felizmente, essa não é a realidade da maior parte do Brasil.

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Riscos de uma prática antiga

A ingestão periódica de vermífugos já foi considerada ineficaz para a maioria das pessoas. Além disso, esses medicamentos podem ter um potencial tóxico para órgãos vitais como os rins e o fígado, exigindo cautela em seu uso.

Frequentemente feita sem orientação médica, essa prática pode gerar resistência do organismo à medicação. Assim, quando o remédio for realmente necessário para uma infecção, ele pode não ter mais o efeito desejado, comprometendo o tratamento.

Outro mito comum é que vermífugos tratam doenças como Covid-19, dengue e até câncer. No entanto, esses medicamentos são específicos e só servem para combater parasitas, não tendo eficácia contra outras enfermidades virais ou complexas.

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