A investigação que apura a venda ilegal de medicamentos em Schroeder teve um novo desdobramento. Nos dias 10 e 11 de dezembro, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão nas cidades de Jaraguá do Sul, Blumenau e Balneário Piçarras. A ação ocorreu seis meses após a dona de uma farmácia ser presa na região Norte de Santa Catarina.

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Nova fase da investigação

O inquérito policial apura a existência de uma estrutura voltada à comercialização de medicamentos controlados e vencidos, com uso de receituários falsos e fornecimento sem nota fiscal. O principal alvo da segunda fase da investigação foi uma distribuidora de remédios localizada em Balneário Piçarras.

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No local, o mandado apreendeu dois celulares, notas ficais, balanços e outros documentos da empresa.

— A gente queria saber se eles tinham medicamentos armazenados, principalmente psicoativos, fora da da normativa da Anvisa, porque aí é considerado tráfico de drogas. Mas não foram localizados. Eles falaram que não trabalhavam mais com psicoativos. Por acaso, próximo da data que ocorreu a operação aqui em Schroeder eles pararam de trabalhar [com as substâncias] — revela o escrivão da Delegacia de Schroeder Marco Willians Rosa da Silva.

A Vigilância Sanitária e Receita do Estado, que apoiaram a ação, ainda extraíram um livro de registros de 2025 para dar seguimento à apuração. O local foi autuado pelos órgãos.

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Já em Blumenau, o mandado foi cumprido na casa de um representante comercial, no bairro Progresso. As buscas não localizaram objetos ou documentos ilícitos. Em Jaraguá do Sul, o mandado seria cumprido em um apartamento no bairro Amizade. Porém, ao chegar no local, as equipes constataram que o imóvel havia sido vendido e o investigado mudou-se para o Paraná.

Em Schroeder, cidade onde iniciou a investigação, foi cumprido um mandado na residência de outro investigado, com apreensão de um celular que passará por perícia.

Próximos passos da investigação

Os dispositivos eletrônicos e documentos apreendidos serão analisados para verificar a extensão das irregularidades e a participação dos envolvidos na emissão de receitas e distribuição dos medicamentos.

— Vamos comparar os medicamentos que foram aprendidos, em Schroeder, com os medicamentos que entraram na distribuidora, a partir dos lotes, e verificar se aqueles medicamentos de fato saíram dessa empresa — conta o escrivão.

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Nove pessoas já foram denunciadas pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) após a finalização do inquérito policial. O objetivo é que as novas informações coletadas sirvam de prova no processo judicial.

Relembre operação

Em 4 de junho de 2025, a dona de uma farmácia de Schroeder foi presa após denúncias apontarem que o estabelecimento comercializava medicamentos controlados sem receita médica.

Durante o cumprimento das buscas, foram apreendidos diversos medicamentos de uso controlado que não estavam registrados no sistema da farmácia. Partes dos medicamentos estavam escondidos em um fundo falso de um armário. Já outra parte estava guardada em um veículo no lado de fora do estabelecimento.

A responsável legal pelo estabelecimento foi presa em flagrante e encaminhada ao Presídio de Jaraguá do Sul. Ela foi liberada no dia seguinte, em 5 de junho, após uma audiência de custódia.

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Confira como era fundo falso da farmácia