Quando pensamos em ciclones, a imagem que geralmente vem à mente é de ventos avassaladores, chuvas torrenciais e destruição. Associamos o termo ao perigo e ao caos.

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No entanto, esses fenômenos atmosféricos são muito mais complexos, comuns e até essenciais para o equilíbrio do planeta do que a maioria das pessoas imagina.

O que a ciência diz que está por trás dessas poderosas tempestades que desempenham papel fundamental no sistema climático da Terra.

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Os 5 fatos surpreendentes sobre ciclones

1. Eles são os termostatos secretos do planeta

Longe de serem apenas agentes do desequilíbrio, os ciclones atuam como um mecanismo vital de regulação da temperatura global. Em um ciclone, a baixa pressão no centro faz com que o ar quente e úmido suba, enquanto nos anticiclones (áreas de alta pressão), o ar desce. Essa dança planetária de ar ascendente e descendente funciona como o sistema circulatório do clima.

Essa movimentação é fundamental para distribuir o calor e a umidade das regiões equatoriais, que recebem mais energia solar, para as regiões polares, mais frias. É um sistema de transporte de energia em escala planetária. Um fenômeno que associamos ao caos é, na verdade, uma peça-chave para o equilíbrio térmico da Terra.

2. O ciclone “comum” no Brasil não é um furacão

É comum ouvir notícias sobre a formação de um “ciclone” no Sul do Brasil, mas é preciso entender que ele quase nunca é um furacão. Os ciclones mais comuns no país são os extratropicais, que se formam em latitudes mais altas (entre 30 e 60 graus).

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Possuem um núcleo frio e estão sempre ligados a uma frente fria, sendo mais frequentes no inverno. Já os furacões são, na verdade, ciclones tropicais: mais intensos, com núcleo quente e que se formam sobre águas quentes perto da linha do Equador.

Uma distinção fundamental está em como seu tamanho é medido: o alcance de um ciclone tropical é definido pela extensão de seus ventos mais intensos, enquanto um ciclone extratropical é medido pelo seu campo de pressão atmosférica.

Existe ainda uma terceira categoria, os ciclones subtropicais, que mesclam características de ambos e são mais comuns no litoral entre o Sudeste e a Bahia.

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3. Uma frente fria é sempre um sinal de ciclone extratropical

Essa é uma das regras mais diretas e úteis da meteorologia prática: se há uma previsão de chegada de frente fria, significa que, invariavelmente, existe um ciclone extratropical associado a ela. Os dois fenômenos são inseparáveis.

Pense na frente fria como a assinatura visível de um ciclone extratropical em ação. Enquanto o grande sistema de baixa pressão gira, muitas vezes ao largo da costa, a frente fria que avança sobre o continente é o seu braço mais proeminente, trazendo as mudanças de tempo que sentimos.

Essa conexão direta explica grande parte da dinâmica de chuvas e ventos fortes, especialmente no Sul do país.

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4. O Brasil já teve um furacão de verdade: o Catarina

Embora ciclones tropicais (furacões) sejam extremamente raros no Atlântico Sul, o Brasil já vivenciou um evento dessa magnitude. Em março de 2004, o Furacão Catarina atingiu a costa da região Sul, um fenômeno que surpreendeu os meteorologistas.

A razão para essa surpresa é científica: furacões se formam sobre águas oceânicas quentes, tipicamente em regiões equatoriais (entre 20 graus Sul e 20 graus Norte), e o Atlântico Sul geralmente não apresenta as condições necessárias para alimentá-los.

Com ventos devastadores, o Catarina quebrou essa regra, causando 11 mortes e uma destruição significativa, principalmente no sul de Santa Catarina e no litoral norte do Rio Grande do Sul. Este evento histórico serve como um poderoso lembrete da força de um ciclone tropical e do quão inédita foi sua formação em nossas águas.

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5. Dar um nome ao ciclone não significa que ele é mais forte

Muitas pessoas acreditam que, quando um ciclone recebe um nome, é porque ele atingiu um nível perigoso de intensidade. Isso é um mito. A nomeação de ciclones, que segue regras da Marinha, é um procedimento para identificação e rastreamento de sistemas específicos.

Conforme a fonte, o ato de nomear “não define a intensidade do fenômeno”. A força de um ciclone é determinada por dados meteorológicos, como velocidade do vento e pressão atmosférica, e não pelo fato de ter um nome.

Você pode gostar de ver também os primeiros sinais de um ciclone e como se forma.