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É assim, brincando com o livre-arbítrio do leitor, que “Outras versões de nós”, romance interativo da escritora e jornalista espanhola Esperanza Luque, chega ao Brasil pela Mood, selo jovem adulto do Grupo Ciranda Cultural.

O livro foge do formato linear tradicional e é inspirado no clássico formato “escolha a sua própria aventura”, assim não entregando a história pronta, e sim colocando o leitor como protagonista que define o destino de Charlotte, uma artista de coração partido que, após encontrar uma vidente misteriosa, pode revisitar momentos decisivos de sua vida amorosa e alterá-los.

Cinco histórias possíveis em um único livro

A ideia para o romance interativo surgiu de uma proposta da editora na Espanha. Esperanza revelou em entrevista por e-mail ao NSC Total que achou a ideia um “desafio interessante” e já tinha em mente uma das histórias principais: a de Charlotte e a “vilã popular do colégio”. A partir dessa premissa, Luque imaginou mais cinco versões para abordar diferentes temas típicos do romance, buscando permitir ao leitor viver diferentes histórias de amor. Essas opções incluem:

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  • Um romance histórico
  • Um enredo dramático
  • Uma história escolar
  • Uma trama natalina (escolhida pela “magia da época”)
  • Uma comédia romântica

Cada decisão do leitor muda o rumo de Charlotte, como também o significado que a história pode ter para si mesmo.

— A proposta do livro é permitir que o leitor viva diferentes histórias de amor em um único volume. Então, eu sabia que queria incluir um romance histórico, um dramático, um escolar, um com tema sazonal, escolhi o Natal, por toda a magia da época, e uma comédia romântica. A partir daí, as histórias simplesmente começaram a fluir — explica Esperanza.

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Romance teve pesquisa histórica para ambientações ricas

Para criar as ambientações, a autora mergulhou em pesquisas históricas, desde pratos típicos até normas sociais de cada época. Na Londres Vitoriana, por exemplo, Charlotte se transforma em Beatrice, fã de Jane Eyre, um reflexo direto da própria autora, que estudou a obra em seu trabalho de conclusão de curso.

Foi bastante detalhada, especialmente para a Era Vitoriana. Embora eu já conhecesse um
pouco sobre esses períodos por conta da minha formação em Filologia Inglesa, e também
porque meu pai é apaixonado por tudo relacionado a Pearl Harbor, ainda assim, precisei
pesquisar minuciosamente. Anotei tudo em um caderno: comidas típicas, o que era
socialmente aceitável ou não, datas importantes daquela época… Muitos desses detalhes nem
entraram no livro, mas prefiro ter informação demais do que de menos.

A autora revela ainda que há “muito, e ao mesmo tempo, quase nada” de Esperanza em Charlotte. Luque gosta de inserir traços seus em seus personagens, mas garante que eles tenham vida própria. Ela compartilha com Charlotte o fato de serem artistas e, na adolescência, terem tido momentos “pick me girl”. O livro também busca normalizar sentimentos comuns, apresentando uma Charlotte pessimista e que se compara constantemente aos outros.

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Mas há algo que une as duas, um medo pessoal: a sensação de estar ficando para trás na vida. — Assim como Charlotte, também senti isso ao escrever o livro. É mais comum do que parece — revela a autora nascida em Valência, na Espanha.

Reflexão sobre o passado e as escolhas

A obra propõe uma reflexão sobre a ideia de revisitar o passado e reescrever decisões. No entanto, Luque reflete que “o passado é o que é por uma razão”, e que as experiências nos moldam, e “não devemos jamais renunciar à nossa história”.

Na Espanha, o romance recebeu elogios do público jovem e da comunidade de leitores que acompanha Esperanza nas redes sociais, especialmente no TikTok e no Instagram. Agora, a autora celebra a estreia no mercado brasileiro. — Estou completamente empolgada! É a primeira vez que um livro meu é traduzido, e até agora estou encantada com a recepção de todas as besties da Editora Mood. Elas são incríveis!— finaliza.

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