O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou uma nota de esclarecimento no X (antigo Twitter) pouco após ser indiciados pela Polícia Federal, junto ao pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na nota, ele afirma que a ida para os Estados Unidos nunca teve como objetivo interferir em qualquer processo em andamento no Brasil.
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Ainda, o deputado questiona a decisão da Polícia Federal de indiciar ele e o pai, Jair Bolsonaro, por tentativa de obstrução no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado.
Eduardo classifica as conversas vazadas com o pai como “absolutamente normais” e “se declara culpado” pelo “crime” de lutar contra a “ditadura brasileira”.
Confira a nota na íntegra
“Nota de Esclarecimento – Eduardo Bolsonaro
Tomei conhecimento, pela imprensa, do relatório divulgado pela Polícia Federal e considero importante esclarecer alguns pontos:
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1. Minha atuação nos Estados Unidos jamais teve como objetivo interferir em qualquer processo em curso no Brasil. Sempre deixei claro que meu pleito é pelo restabelecimento das liberdades individuais no país, por meio da via legislativa, com foco no projeto de anistia que tramita no Congresso Nacional.
2. Causa espanto que a Polícia Federal (PF) aponte supostos partícipes de um crime absolutamente delirante, mas não identifique os autores. Se a tese da PF é de que haveria intenção de influenciar políticas de governo, o poder de decisão não estava em minhas mãos, mas sim em autoridades americanas, como o presidente Donald Trump, o Secretário Marco Rubio ou o Secretário do Tesouro Scott Bessent. Por que, então, a PF não os incluiu como autores? Omissão? Falta de coragem?
3. Vivo sob a jurisdição americana e, portanto, plenamente amparado pela Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que assegura não apenas a liberdade de expressão, mas também o direito de peticionar nossas demandas ao governo que rege a nossa jurisdição.
4. É lamentável e vergonhoso ver a Polícia Federal tratar como crime o vazamento de conversas privadas, absolutamente normais, entre pai e filho e seus aliados. O objetivo é evidente: não se trata de justiça, mas de provocar desgaste político.
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5. Se o meu “crime” for lutar contra a ditadura brasileira, declaro-me culpado de antemão.”
PF indiciou Jair e Eduardo Bolsonaro
A decisão integra um relatório entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), e também resultou em medidas contra o pastor Silas Malafaia. Ele foi alvo de mandado de busca pessoal e de apreensão de celulares.
O pastor retornou ao Brasil nesta quarta, vindo de Lisboa, em Portugal. A operação ocorreu no do Galeão, no Rio de Janeiro, onde ele foi conduzido para prestar depoimento à PF.
A PF informou no relatório que foram extraídos do celular de Jair Bolsonaro áudios e conversas com Malafaia e Eduardo Bolsonaro que haviam sido apagados. Os registros teriam informações que reforçariam as tentativas de intimidar autoridades brasileiras e atrapalhar os inquéritos que investigam a trama golpista.
As mensagens também indicavam um possível plano de Bolsonaro de pedido de asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei.
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Inquérito aberto em maio
As investigações começaram em maio, depois que a Procuradoria-Geral da República (PGR) indicou a atuação de Eduardo Bolsonaro em busca de sanções contra ministros do STF junto ao governo dos Estados Unidos e solicitou a abertura do inquérito.
A apuração foi prorrogada por mais 60 dias pela necessidade de novas diligências no início de julho pelo ministro Alexandre de Moraes.
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