O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a comentar a retirada de tarifas de 40% sobre carne, café e outros produtos brasileiros vendidos aos Estados Unidos. A medida foi anunciada nesta quinta-feira (20) pelo governo Trump e foi encarada como vitória diplomática da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vinha negociando a retirada das sobretaxas com o governo norte-americano nas últimas semanas.

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Em um vídeo publicado na rede social X, Eduardo Bolsonaro voltou a dizer que a razão para a retirada das tarifas de 40% sobre parte dos produtos brasileiros ocorreu por fatores internos dos Estados Unidos, e não como resultado das negociações entre as diplomacias brasileira e americana. O parlamentar defende que o recuo sobre as tarifas ocorre para evitar inflação e produzir melhora de preços ao mercado interno norte-americano.

— Basicamente todos os países do mundo que de maneira substancial enviam carne, café e outros produtos desses para os Estados Unidos tiveram suas tarifas retiradas — opinou o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Os produtos mais exportados de SC aos EUA

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Na tarde desta sexta-feira, Eduardo publicou um vídeo de pouco mais de um minuto em que fala mais sobre o tema e admite que encarava as tarifas como meio de pressão para a classe política.

— Primeiro, é uma boa notícia [a retirada das sobretaxas]. Ninguém é a favor de tarifas, isso nunca foi nosso projeto, mas enxergávamos nele um meio de pressão. Esperávamos que a classe política fosse principalmente se engajar na defesa da liberdade, pressionando contra aqueles que originaram a tarifa, que na carta do Trump está lá descrito: as ações do Moraes contra Bolsonaro, sua família e seus apoiadores, big techs também muitas críticas às eleições de 2022, comandadas por Alexandre de Moraes — afirmou Eduardo.

Na sequência, o deputado alega que o motivo da retirada de tarifas foi a pressão sobre preços no mercado interno americano, que levou ao recuo nas sobretaxas não só de produtos brasileiros, mas também de outros países.

— Não foi algo exclusivamente aplicado ao Brasil, essa benesse. Foi um fator interno dos Estados Unidos. A inflação americana é que obrigou o Trump a tirar as tarifas, por exemplo, do Brasil, da Colômbia, e daqueles produtos altamente consumidos nos Estados Unidos, e que estavam pesando no bolso do trabalhador americano. O próprio movimento Maga desejava esse tipo de sinalização — defendeu.

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Assista ao vídeo de Eduardo Bolsonaro

Por fim, Eduardo defendeu que Trump “teve que escolher” entre sinalizar ou não atender ao pedido do governo brasileiro de retirar as taxas e afirmou que o assunto ainda deve ter muitas idas e vindas. Na cartas em que anunciou a retirada de 40% sobre produtos como carne, café e açaí, Trump citou nominalmente o presidente Lula e as reuniões entre os países, que teriam obtido “avanços” nas negociações.

— Não é mérito da diplomacia brasileira ou de qualquer tipo de diálogo do Lula, até porque eles foram surpreendidos com isso daí. Isso pontuado, pode ter certeza: haverá ainda muitos capítulos da política nacional tendo relação com os Estados Unidos, pode esperar — afirmou.

Deputado já havia minimizado redução das tarifas

Na noite de quinta-feira, Eduardo já havia feito uma publicação nas redes sociais para comentar a decisão do governo Trump. O deputado já havia defendido que as tarifas foram motivadas por “consequência direta da crise institucional causada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes”, e que a redução parcial das taxas teriam relação com o controle da inflação nos Estados Unidos, e não com as negociações com o Brasil.

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“Nenhuma nação estrangeira deseja tarifas, pois elas prejudicam os exportadores, mas a verdade precisa ser dita: foi a instabilidade jurídica criada pelo ministro Alexandre de Moraes que abriu caminho para a ‘Tarifa Moraes’ de 50%, prejudicando trabalhadores, produtores e empresas brasileiras”, escreveu o parlamentar.