A Cúpula do Clima de Belém, que antecede a COP30, reúne líderes para discutir temas relacionados à agenda climática nesta sexta-feira (7). Durante a sessão temática sobre transição energética, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que o Brasil “não tem medo” de discutir a questão, da qual tem a liderança há décadas.

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— O Brasil não tem medo de discutir a transição energética. Somos líderes nessa área há décadas. Ainda nos anos 1970, fomos o primeiro país a investir em larga escala em alternativas renováveis. 90% da matriz elétrica nacional provém de fontes limpa — declarou.

O presidente destacou que as fontes renováveis se tornaram a principal forma de geração de eletricidade no mundo no primeiro semestre de 2025, superando o carvão. O Brasil aparece como pioneiro em algumas dessas iniciativas, como o desenvolvimento dos motores flex, e é atualmente o segundo maior produtor mundial de biocombustíveis.

— Nossa gasolina tem 30% de etanol em sua composição e nosso diesel conta com 15% de biodiesel. O etanol é uma alternativa eficaz e imediatamente disponível para adoção nos setores mais desafiadores, como a indústria e os transportes — afirmou Lula.

Durante o painel, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, destacou que o investimento global em energia limpa atingiu dois trilhões de dólares, oitocentos bilhões a mais do que em combustíveis fósseis. Ainda, relembrou como as energias renováveis são mais baratas em quase todos os países:

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— Elas [energias renováveis] estão impulsionando a prosperidade e capacitando comunidades que por muito tempo ficaram sem energia. Cada dólar investido em energias renováveis ​​cria três vezes mais empregos do que um dólar investido em combustíveis fósseis — e os empregos em energia limpa já superam os empregos em combustíveis fósseis em todo o mundo. A revolução das energias renováveis ​​chegou.

Como foi primeiro dia de Cúpula dos Líderes

Guerra e catástrofes climáticas

Mais cedo, o presidente Lula disse que as lideranças políticas precisam decidir se o século 21 será marcado “pelas catástrofes climáticas ou pela reconstrução inteligente” em termos de sustentabilidade.

— Nesta COP, os negociadores devem buscar entendimento e nós, os líderes, devemos decidir se o século 21 será lembrado como o século da catástrofe climática ou como o momento da reconstrução inteligente — afirmou.

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Na mesma fala, o petista criticou o momento atual de diferentes guerras no mundo, como o conflito entre Rússia e Ucrânia. Ainda, disse que gastar mais dinheiro com armas do que com o clima é “pavimentar caminho para o apocalipse climático”.

— O conflito na Ucrânia reverteu anos de esforços para a redução de emissão de gás de efeito estufa e elevou a reabertura de minas de carvão. Gastar com armas o dobro do que destinamos à ação climática é pavimentar o caminho para o apocalipse climático — disse.

*Com informações do g1