Em meio à alta da dengue, Santa Catarina tem 5,5 mil ocorrências prováveis e investiga três mortes pela doença, de acordo com o informe epidemiológico da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), divulgado na quarta-feira (26).

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No período de 29 de dezembro de 2024 a 24 de fevereiro de 2025, 5.523 notificações da doença foram consideradas casos prováveis (que incluem casos confirmados, inconclusivos e suspeitos). Na comparação com o mesmo período de 2024, quando foram registrados 26.404 casos prováveis, observa-se uma queda de 79,1%.

Considerando a possibilidade de transmissão vertical do vírus, a Dive vem monitorando os casos suspeitos de dengue em gestantes. Até o momento, foram notificados 30 casos prováveis. Desses, dois foram confirmados e 27 estão em investigação.

178 municípios infestados

Dos 295 municípios de Santa Catarina, 178 são considerados infestados pelo mosquito Aedes aegypti, vetor da doença. A definição de infestação tem a ver com a disseminação e manutenção dos focos. A lista completa de municípios infestados pode ser consultada neste site.

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Mapa dos municípios segundo a situação entomológica

Dos 295 municípios catarinenses, 178 são considerados infestados pelo vetor (Imagem: Dive, Reprodução)

Aumento de casos em onda de calor

O Estado vive um aumento de casos devido às ondas de calor registradas nas últimas semanas. A proliferação do mosquito Aedes aegypti é mais intensa no verão, por conta das temperaturas mais elevadas e das chuvas, dois fatores bastante presentes em Santa Catarina nas últimas semanas.

O monitoramento feito pela Dive considera semanas epidemiológicas para contabilizar os casos prováveis. Nas semanas de 1 a 3, entre os dias 29 de dezembro e 18 de janeiro, o número de novos casos prováveis por semana girou em torno de 400.

Na semana 4, entre os dias 19 e 25 de janeiro, subiram para 570 casos. Já na semana 5, entre os dias 26 de janeiro e 1º de fevereiro, foram 620.

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O maior crescimento é registrado a partir das semanas 6 e 7, que equivalem dos dias 2 a 15 de fevereiro, período em que o Estado enfrentou uma onda de calor com temperaturas que ultrapassaram os 40ºC. Foram 665 casos prováveis na semana 6, entre os dias 2 e 8, e 903 casos na semana 7, entre os dias 9 e 15 de fevereiro.

A semana epidemiológica 8, entre os dias 16 e 22 de fevereiro, também registrou crescimento nos números, com o patamar avançando para 1.626 casos. 

A médica infectologista Carolina Cipriani Ponzi explica que o calor impacta na proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, o que resulta em um maior número de casos da doença em épocas com temperaturas mais elevadas.

— Os mosquitos, eles se proliferam em clima quente e úmido. Então quando a gente está nos meses quentes do ano, principalmente os meses de verão, a gente sabe que a água acaba acumulando mais e os ovos eclodem, as larvas se proliferam e aumentam o número de mosquitos no ambiente. Então, a combinação de calor com umidade, com chuva, ou com água parada é ótima para o ‘mosquitinho’ — afirma.

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