Uma empresária e o namorado dela vão responder pela morte de João Paulo dos Santos, de 19 anos. Ele pedalava de bicicleta no acostamento da Rua Pedro Zimmermann, na região Norte de Blumenau, quando foi atingido pelo veículo em que estava o casal. A conclusão do inquérito, comandado pelo delegado Antonio Godoi, foi encaminhada ao Fórum e agora cabe ao Ministério Público fazer a denúncia.
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A investigação da Polícia Civil apontou que o homem estava ao volante da Toro quando se perdeu ao entrar na Rua Pedro Zimmermann e cruzou a rodovia desgovernadamente, atingindo João Paulo. Apesar de ser o condutor, ele estava com a CNH suspensa. Após a colisão, o casal seguiu viagem e parou alguns metros à frente para olhar os danos da colisão no veículo.
Imagens de câmeras mostram que os dois saíram pela mesma porta do carro, no que as autoridades entenderam ser uma tentativa de enganar a polícia sobre quem estava ao volante, uma vez que o homem estava proibido de dirigir. Na sequência, os dois embarcam novamente (assista abaixo), desta vez com a mulher conduzindo, e foram para o apartamento dela, no bairro Itoupava Central.
A empresária era dona da Toro e chegou a dizer inicialmente em depoimento que ela estava ao volante, mas acabou admitindo que estava mentindo. Então, afirmou que até o momento do acidente não sabia que o namorado estava com a CNH suspensa. Questionados sobre por que não prestaram socorro a João Paulo, eles disseram que acreditavam ter batido em um cone.
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Com o impacto da batida, o para-brisas dianteiro do carro ficou destruído e, antes de se apresentar à polícia, a empresária enviou o automóvel para o conserto. Eles informaram que só souberam se tratar de uma pessoa quando a imprensa divulgou a morte do jovem. Segundo os laudos, ele foi arremessado a cerca de 25 metros em uma ribanceira às margens da rodovia.
A Polícia Civil indiciou o homem por homicídio culposo na direção de veículo automotor, com o agravante de a vítima estar na calçada. Ele também foi enquadrado por fugir da cena do acidente e tentar enganar as autoridades sobre quem estava no volante. Como as penas para esses crimes são relativamente baixas, o motorista não foi preso e deve responder em liberdade.
Já a empresária foi indiciada por entregar o carro para condutor com carteira de motorista suspensa, que era o caso do namorado dela, e por fugir do local sem prestar socorro. Assim como o companheiro, a mulher também deve responder por tentar enganar as autoridades sobre quem estava no volante.
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