O empresário Adalberto Amarilio Júnior, de 36 anos, teve uma morte lenta e agonizante, informou a Polícia Civil de São Paulo durante uma coletiva de imprensa na última quarta-feira (18). Ele foi encontrado morto no dia 3 de junho, dentro de um buraco no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.
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Segundo a diretora do Departamento de Homicídios de Proteção à Pessoa (DHHP), Ivalda Aleixo, e do secretário-executivo da Segurança Pública, Osvaldo Nico, lesões apontam que Adalberto pode ter desmaiado tentando respirar antes de morrer. O laudo pericial divulgado na terça-feira (17) concluiu que o empresário teve uma morte violenta por asfixia.
— Foi uma morte sofrida mesmo, lenta — disse o delegado Osvaldo Nico.
— Foi uma morte agonizante, lenta, que ele podia estar desmaiado, tentando respirar, mas ele acaba falecendo — disse a delegada Ivalda Aleixo.
Hipótese do mata-leão
A polícia investiga se a asfixia foi causada por esganadura ou se ocorreu devido a uma compressão torácica. Segundo policiais que investigam o caso, foram encontradas escoriações no pescoço de Adalberto, que sugerem uma possível esganadura cometida por outra pessoa. Outra possibilidade é a de que alguém possa ter comprimido o pulmão do empresário com o joelho.
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— Talvez uma constrição no pescoço, que vai para aquela ideia do “mata-leão”. A gente tem aí o sufocamento como a causa da morte dele — disse a delegada.
Nas duas situações, o DHPP trabalha com a hipótese de que Adalberto pode ter sido agredido e tenta saber se ele morreu antes ou depois de ter sido colocado no buraco.
— Ele pode ter morrido antes de ter sido colocado no buraco ou no próprio buraco, ter sido colocado com vida e tenha morrido posteriormente — disse o delegado Rogério Thomaz.
Relembre o caso do empresário encontrado morto
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Briga com segurança
A Polícia Civil investiga se seguranças, vendedores ou frequentadores estão envolvidos no homicídio. Uma das hipóteses investigadas pelo DHPP é a de que Adalberto, que deixou o carro em área proibida do kartódromo, anexo ao autódromo, pode ter passado pelas interdições feitas devido à obra e alguém pode ter chamado a atenção dele e se desentendido com o empresário.
— Uma das linhas é eventualmente ele ter se envolvido numa briga, que pode ser com segurança e pode não ser com segurança. A linha dos seguranças é uma das diretrizes. Ou ele arrumou uma confusão e certamente foi colocado num buraco por um frequentador do evento. Ou um vendedor que tinha barraca de coisas…. pode ser uma pessoa que vai sempre ao kartódromo de Interlagos — falou o delegado Rogério Thomaz na coletiva.
Dos 180 seguranças que atuaram no evento, 100 deles já foram descartados como possíveis suspeitos. Análise feita nos celulares deles indicou que estavam fora do local do crime. Parte deles já prestou depoimento. O DHPP investiga se o restante do grupo, assim como vendedores e eventuais frequentadores, pode ter tido alguma participação na morte do empresário.
Ainda segundo a perícia, não foram encontradas lesões traumáticas nem indícios de violência sexual. De acordo com os laudos, os joelhos de Adalberto foram feridos quando ele estava vivo, o que sugere, de acordo com a investigação, que a vítima pode ter sido obrigada a se ajoelhar ou foi arrastada.
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Amigo descartado
O laudo toxicológico não detectou a presença de álcool, drogas, fármacos, praguicidas ou outras substâncias no sangue de Adalberto, o que exclui a suspeita de morte por envenenamento ou intoxicação.
Essas informações vão de encontro ao depoimento do amigo que estava com o empresário em um evento no Autódromo de Interlagos no dia em que Adalberto desapareceu, em 30 de maio. Rafael Aliste afirmou à polícia que Adalberto havia consumido maconha e cerca de oito cervejas e que, por isso, estava “mais agitado que o normal”.
Rafael Aliste, o amigo de Adalberto, chegou a ser considerado suspeito pela polícia. No entanto, apesar da investigação ter achado inconsistências no depoimento, a polícia descartou a participação dele por acreditar que não há indícios suficientes e entender que Rafael estava em um local diferente na hora do crime.
*Com informações do Metrópoles e do g1.
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