A cantora e pastora Baby do Brasil se envolveu em uma polêmica ao pedir para que vítimas de abuso sexual perdoassem os seus agressores, mesmo que o crime tenha envolvido alguém da própria família. A fala foi em um “culto balada” na D-Edge, na região da Barra Funda, em São Paulo, na segunda-feira (10), mas o vídeo teve repercussão e causou revolta na internet nesta quarta-feira (12). As informações são do g1 e do Metrópoles.
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No vídeo, a cantora, dona de sucessos como “Sem Pecado e Sem Juízo”, diz em uma oração:
“Tudo o que tiver no seu coração nesse lugar, perdoa. Se teve abuso sexual, perdoa. Se foi na família, perdoa. Se é briga de família, mãe, filho, pai, perdoa”.
A assessoria da cantora não se pronunciou sobre o caso até o momento.
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Veja o vídeo
Dono da boate diz que fala foi “infeliz”
Renato Ratier, responsável pela organização do culto e dono da boate, disse ao g1 que a fala da cantora não fazia parte do combinado, foi “infeliz” e que “não tinha nada que falar o que ela falou”.
— Eu conheço a Baby, sou amigo dela. Não que a Baby ache que a pessoa não tem que pagar por isso, que não tem que denunciar. A pessoa tem que denunciar […] O que eu acho que ela quis dizer é para a pessoa não guardar um trauma nela, para ela perdoar, aliviar esse trauma. Mas não que a justiça não tem que ser feita — explicou.
Para ele, o assunto é uma “coisa muito séria e muito individual”, e que se é uma dor que ele nunca teve, não se sente confortável para falar “sobre a dor do outro”.
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“A posição do Renato Ratier e do D-Edge é que um abuso sexual tem que ser denunciado, e a justiça tem que ser feita. A pessoa tem que pagar criminalmente por isso”, finalizou uma nota enviada pela assessoria.
Repercussão
Em um vídeo publicado na sexta-feira (7), Renato aparece ao lado de Baby do Brasil para anunciar a participação da cantora na balada. Depois da repercussão da fala da cantora, a publicação, assim como outras do perfil, foi “dominada” por comentários indignados de internautas.
Veja os comentários
Denúncia no MP
A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) disse, em uma rede social, que entrou com um pedido ao Ministério Público para que a fala de Baby do Brasil seja investigada.
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“Vivemos num país em que 9 estupros são registrados por hora, e 61% das vítimas têm menos de 14 anos. A maioria dos abusos é cometido dentro de casa, por familiares ou pessoas próximas.
As denúncias muitas das vezes não acontecem justamente por ameaças, ou por serem desincentivadas pelas pessoas ao redor. Isso é parte da cultura do estupro que nos assola!
Baby flagrantemente cometeu incitação ao crime e condescendência criminosa, pois reforçou uma cultura de silenciamento e impunidade, incentivando que crimes de violência sexual fiquem sem a devida responsabilização e favorecendo aqueles que o cometeram”, disse Sâmia na publicação
Segundo ela, na ação ao Ministério Público, a casa noturna D-Edge também foi incluída para investigação sobre omissão.
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