Com certeza, você viu. Imagens em estilo de animação, recriando memes, fotos ou figuras conhecidas tomaram conta das redes sociais nos últimos dias. A inspiração para os desenhos é o Studio Ghibli, estúdio de animação japonês conhecido por animes como “A Viagem de Chihiro”. As imagens que viralizaram, contudo, foram geradas com a ajuda do ChatGPT.
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A OpenAI, empresa responsável pela inteligência artificial, lançou há poucos dias o seu gerador de imagens mais avançado até o momento. Com isso, logo os usuários começaram a testar a plataforma, solicitando que ela transformasse imagens no estilo “Studio Ghibli”.
Enquanto algumas pessoas usaram o recurso para transformar fotos comuns, do seu dia a dia com família ou amigos, outras utilizaram a proposta para fins violentos ou negativos, como a renderização da imagem da queda das Torres Gêmeas no estilo Ghibli. Fotos com artistas e famosos, além de memes, também ganharam o novo filtro.
O estúdio de animação tem um estilo conhecido, marca de filmes como “O Castelo Animado” e “O Menino e a Garça”. As produções já conquistaram dois prêmios de Melhor Animação no Oscar ao longo dos anos.
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Entre as características únicas das animações do Studio Ghibli estão a complexidade dos desenhos, feitos à mão, a qualidade das obras e o ritmo de produção dos longas. Proposta que contrasta com a agilidade de um desenho feito por inteligência artificial.
O uso desenfreado da ferramenta gerou críticas e debates relacionados a questões de direitos de imagem. Depois do início do uso do gerador de imagens no dia 25 de fevereiro, usuários se depararam com mensagens de erro a partir do dia 26 de fevereiro ao tentar gerar esse tipo de imagem.
Imagens “inspiradas” no Studio Ghibli
De acordo com a OpenAI, pedidos que copiem estilos de artistas vivos passaram a não serem permitidos. Contudo, consultado nesta segunda-feira (31), o ChatGPT ainda gerava imagens “inspiradas” no estilo Studio Ghibli.
“A ferramenta de gerar imagens ainda pode ser usada para criar imagens com um estilo inspirado no Studio Ghibli, mas é importante ressaltar que ela evitará imitar ou replicar diretamente obras protegidas por direitos autorais do estúdio. Isso significa que podemos criar imagens com um estilo visual semelhante, mas sem copiar personagens, cenários ou elementos exatos das animações do Ghibli”, alega a plataforma.
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Esse tipo de situação levanta debates sobre os limites entre criatividade, inteligência artificial e direitos de imagem, já que empresas utilizam as imagens que já estão na internet para entenderem um determinado estilo e replicarem em grande escala.
Em um vídeo de 2016, o cofundador do Studio Ghibli, Hayao Miyazaki, descreve a arte gerada por IA como um “insulto à própria vida”. O artista é conhecido por desenhar a animação à mão, com o método quadro a quadro.
No vídeo, ele diz estar “completamente enjoado”, ao responder um vídeo de um personagem monstro gerado usando prompts de texto. “Se você realmente quer fazer coisas assustadoras, pode ir em frente e fazer, mas eu nunca desejaria incorporar essa tecnologia ao meu trabalho.”
*Com informações de CNN Brasil, O Globo e Exame
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