A cada ano, 66 mil mulheres brasileiras descobrem que têm câncer de mama. Mesmo assim, a doença ainda é um tabu para muitas pessoas, e isso gera preconceito e desinformação. A fim de combater o desconhecimento, é preciso falar abertamente sobre prevenção, tratamento e todos os sentimentos que permeiam o câncer de mama.

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O primeiro desafio das mulheres com câncer de mama é encarar o diagnóstico da doença. Embora as reações sejam diversas, alguns sentimentos, como descrença, choque, raiva e medo são recorrentes, principalmente nos primeiros dias após a descoberta da doença, e abalam a saúde mental das pacientes.

Lidar com esses sentimentos é apenas um dos passos necessários durante o tratamento. E criar estratégias que facilitem a compreensão e a aceitação, respeitando o tempo de cada mulher, é uma das tarefas de médicos e demais profissionais da saúde. Para isso, é importante contar com familiares e amigos, que ajudam no combate à doença e na manutenção da qualidade de vida.

Informação, comprometimento e rede de apoio são peças-chave

Conhecer a doença e saber quais as suas condições físicas é direito de toda mulher. Uma conversa franca com o médico, logo na primeira consulta após o diagnóstico, abre um importante canal de comunicação e de confiança entre paciente e profissional.

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O conhecimento sobre a doença, sobre os recursos terapêuticos e sobre a própria condição de saúde é fundamental para que a mulher possa tomar decisões ponderadamente e com mais segurança, tornando-se protagonista de seu tratamento.

Qualidade de vida

Margit Mitschke Schmidt, psicóloga da Clínica Soma, de Florianópolis, especialista em atendimento de pessoas com câncer, dá algumas dicas de como encarar o câncer de mama, antes, durante e após o tratamento.

– O desespero inicial vem decorrente de histórias de pessoas que perderam para o câncer… Que lutaram tanto e perderam. A ideia de estar presa a uma doença letal é como uma avalanche ou terremoto em primeira instância na vida. Esse é o momento de buscar ajuda especializada que traga um chão novamente, e que preencha os medos com informações reais e acolhimento desses sentimentos. Um médico oncologista, um acompanhamento psicoterápico especializado são os encaminhamentos mais importantes neste primeiro impacto e mantém sua importância por toda a trajetória – diz a especialista.

Alguns pontos são determinantes para o sucesso e o bem-estar da paciente durante e após o tratamento. São eles:

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Entender a própria condição clínica

A parceria entre médicos e pacientes deve ser construída com base no respeito, na confiança e no comprometimento de ambos com o sucesso do tratamento.

– O câncer vem acompanhado de muitos mitos, muitas ideias mágicas de tratamentos, muita vontade de ajudar que algumas vezes atrapalha o paciente ou sobrecarrega de informações e alternativas. Devemos fugir de informações de senso comum, do “dr. Google” e, especialmente, evitar comparações com outras pessoas que passaram ou passam por situações parecidas ou diagnósticos com o mesmo nome. Por isso, o acompanhamento de profissionais na área se faz necessário o tempo todo, afirma Margit Mitschke.

É importante que a mulher se sinta à vontade com os médicos e demais profissionais que compõem a equipe multidisciplinar para que não tenha vergonha de esclarecer quaisquer dúvidas, de falar sobre seus medos e angústias.

– O câncer de mama envolve, também, questões de autoestima, não apenas de sobrevivência, que nos leva ao campo dos significados individuais, mas, em geral, a perda dos cabelos e as mutilações sofridas (como a mastectomia) têm uma repercussão muito grande na vida das mulheres. Falo especialmente das mulheres, pois as mamas e o cabelo para a mulher tem uma forte assinatura no campo da feminilidade, da sexualidade e dos significados sobre si mesma. No entanto, é preciso lembrar que os homens também podem passar por tudo isso – complementa a psicóloga.

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Conhecer os direitos

Tanto na rede privada (em atendimentos particulares ou pelo plano de saúde) quanto na rede pública, a mulher com câncer de mama tem direitos que devem ser cumpridos.

Alguns desses direitos constam na Lei nº 12.732 de 23/11/2012, conhecida como “Lei dos 60 dias”, que dispõe sobre o direito de iniciar o tratamento em até 60 dias após a confirmação do diagnóstico.

Outros direitos das mulheres com câncer de mama são: reconstrução mamária imediata (se houver necessidade de realizar a mastectomia); auxílio-doença, caso a mulher fique incapacitada de trabalhar momentaneamente; ou aposentadoria, caso a incapacidade de trabalho seja permanente.

Contar uma rede de apoio

É normal sentir-se frágil e desamparada durante o tratamento contra o câncer de mama. Normalmente, as pacientes relatam momentos de muita força e otimismo, com momentos de angústia e descrença. Esses altos e baixos podem ser amenizados com conversas e terapias.

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Além da família e dos amigos, muitas mulheres buscam apoio em ONGs que oferecem diferentes serviços – desde o auxílio financeiro, facilitando o acesso a exames e medicamentos, até serviços consultoria com advogados e o empréstimo de próteses ou de perucas.

– A presença de alguém acompanhando na primeira ou em outras consultas é muito importante, mas a escolha por alguém que seja acolhedor é essencial. Muitas vezes, a pessoa que acompanha fica mais nervosa ou com emoções mais “à flor da pele”, e não oferece uma ajuda real para a paciente. Ninguém opta por adoecer, e contar com apoio de pessoas que tenham disponibilidade para acompanhar essa nova trajetória é de grande valor. Os familiares e amigos tendem ao sofrimento junto com quem adoece, então é importante que procurem suporte para si mesmos. É fundamental que haja muita conversa para que a paciente possa dar uma noção clara do que está sentindo fisicamente e emocionalmente para que quem estiver tentando ajudar possa, efetivamente, amparar com o que for necessário – explica Margit.

A troca de experiências com outras mulheres que enfrentam ou enfrentaram o câncer de mama costuma ser determinante para algumas pacientes. Também é aconselhado que busquem auxílio profissional, com psicólogos e/ou terapeutas, pois, muitas vezes, as emoções podem ser encaradas como fraqueza, e é preciso conhecer seus sentimentos e aprender a lidar com eles da melhor maneira possível, respeitando os próprios limites físicos e emocionais.

Praticar o autocuidado

Boa alimentação, períodos de descanso e a prática de atividades físicas (quando possível) são alguns comportamentos aliados do tratamento. Conhecer o próprio corpo e estar atenta ao sinais que ele envia é importante para saber como o organismo está reagindo bem às terapias e se há necessidade de reajustar algum comportamento.

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Outra recomendação é que as mulheres ocupem o tempo livre com assuntos que não sejam relacionados ao câncer. Desenvolver um hobby, aprender uma nova língua ou um instrumento musical, cozinhar para os amigos ou passar mais tempo de lazer com a família são algumas atividades que trazem bem-estar e aumentam a qualidade de vida.

– A aceitação de cada momento do tratamento é um trabalho de passo a passo que leva determinação, muito cuidado e gentileza consigo mesma. Uma equipe de confiança e integrada, multiprofissional, é a melhor alternativa de acolhimento, segurança em todos os momentos e segmentos que envolvem desde o diagnóstico até o acompanhamento que pode incluir a necessidade de todos os tipos de cuidados, como exames de rotina mais próximos e cuidados paliativos – que são cuidados de atenção constante para situações crônicas diversas, resultantes de processos de adoecimento, cirúrgicos ou de acidentes. O apoio multiprofissional torna possível resgatar autoestima, a saúde e a felicidade pela vida, buscando encontrar a melhor solução para cada necessidade, conclui Margit.

A especialista atende na Clínica Soma, que está há mais de 20 anos presta assistência médica oncológica em Florianópolis. O acompanhamento acontece com a equipe multidisciplinar da clínica, um modelo de atendimento que vem revolucionando os resultados médicos.

Com um corpo clínico reconhecido nacionalmente pelo trabalho, inovação, consciência social e experiência consolidada, a Clínica Soma mantém o compromisso permanente de oferecer as melhores alternativas terapêuticas, com uma equipe que inclui psicólogos, nutricionistas, enfermeiros especializados.

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Os agendamentos podem ser realizados online pelo site ou via Whataspp.