A confirmação do primeiro caso do novo coronavírus no Brasil, em morador de São Paulo que esteve na Itália, motivou o monitoramento de todos os outros passageiros do mesmo voo em que ele estava e também pessoas que tiveram contato com o paciente. O homem chegou ao Brasil — no aeroporto de Guarulhos — no dia 21 de fevereiro em um voo vindo da Itália com escala em Paris, na França. Todos que estavam no mesmo avião estão sendo monitorados, entre eles passageiros catarinenses. Um deles, inclusive, já teria procurado o sistema de saúde para fazer exames em Florianópolis.
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As informações foram confirmadas pelo secretário de Estado da Saúde de SC, Helton Zeferino, em entrevistas à NSC TV e à CBN Diário nesta quinta-feira (27) de manhã. O Estado agora possui oito casos suspeitos do novo coronavírus em investigação.
— O Estado de Santa Catarina, a exemplo dos outros, está se preocupando desde o início do janeiro, com a divulgação dos primeiros casos na China. Todos já têm planos de contingência estabelecidos, e um caso confirmado no país aumenta ainda mais o nível de atenção para que tenhamos as estruturas de saúde preparadas. Por causa do primeiro caso confirmado [em São Paulo] nós passamos do nível 1, de alerta, para o nível 2, de risco iminente. Existe um grande risco desse vírus circular em nível de território no Brasil, mas não temos motivo para pânico, não é motivo para fechar portos, aeroportos, não existe motivo para isso — afirmou o secretário.
Segundo Zeferino, todas as unidades de saúde estão orientadas sobre como tratar os casos suspeitos e, em caso de pacientes confirmados com a doença Covid-19, há um plano para o tratamento e o cuidado com o vírus:
— Já tivemos casos em Santa Catarina de pessoas que se negaram a fazer a coleta de amostras, e isso é muito ruim. A grande maioria das pessoas vai ser tratada em residência, com sintomáticos para uma síndrome gripal. É importante lembrar que temos um percentual pequeno, de 15%, de pessoas que vão precisar de cuidados mais intensos, e uma taxa de letalidade de 3,4%. De qualquer forma temos que ter a estrutura de saúde preparada para fazer frente àquilo que precisarmos, seja num pequeno ou grande numero de casos.
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Vacinas contra outras doenças ajudam no diagnóstico
Mesmo com a atenção voltada ao novo coronavírus, o secretário de Saúde destaca a importância dos catarinenses continuarem atentos às campanhas de vacinação contra outras doenças que estão circulando na região. A imunização contra a gripe, o sarampo e a febre amarela segue recomendada e, inclusive, pode ajudar no diagnóstico do Covid-19:
— Não deixe de se vacinar. Temos o período de vacinação contra a gripe, tivemos o do sarampo, temos febre amarela circulando no Estado. Busque se imunizar daquelas doenças que já possuem vacina. Quando temos isso massificado na população o diagnóstico fica muito mais fácil. Se alguém chega na rede de saúde com febre, sintomas de gripe, e o profissional de saúde sabe que essa pessoa com sintomas já é vacinada contra as outras doenças, é mais fácil descartar Influenza e ter uma capacidade mais ágil de resposta.
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