A jovem Thamily Venancio Ereno, de 23 anos, estudante de odontologia que foi baleada na cabeça em uma ação policial em Criciúma, no Sul do Estado, morreu na madrugada deste domingo (23). O caso aconteceu na sexta-feira (21), quando Thamily estava em um carro de aplicativo com o namorado.
Continua depois da publicidade
Clique aqui para receber as notícias do NSC Total pelo Canal do WhatsApp
A morte foi confirmada pelo Hospital São José, onde ela estava internada. De acordo com a Polícia Civil, a estudante era companheira de um homem de 20 anos, que possuía um mandado de prisão em aberto por tráfico de drogas e organização criminosa.
O homem, que foi preso, seria o alvo da ação. O caso será investigado e o resultado da investigação deve ser informado à Corregedoria da Polícia Civil.
A Polícia Civil afirma que a jovem recebeu os primeiros socorros e foi levada em estado grave ao Hospital São José de Criciúma. A morte de Thamily foi confirmada por volta das 2h30 deste domingo.
Continua depois da publicidade
Relembre o caso
O companheiro da vítima foi localizado pela polícia na tarde de sexta, enquanto estava em um carro de aplicativo com Thamily. Os agentes mandaram o motorista parar, mas ele não respeitou a ordem e acelerou em marcha ré em direção aos profissionais.
Uma das policiais, então, fez o disparo que acertou a passageira. A jovem foi encaminhada pelo Samu ao hospital. O companheiro dela foi preso, assim como o condutor, que foi preso em flagrante e deve responder por tentativa de homicídio e desobediência. Porém, a Polícia Civil acredita que ele tenha sido obrigado pelo passageiro a tentar fugir da abordagem.
A jovem, que estaria sentada no banco de trás do carro, não tinha passagens policiais, segundo a Polícia Civil.
— A princípio, ela não tinha passagem [pela polícia], acabou sendo atingida, infelizmente, pelo disparo que a policial deu para se defender — afirmou o delegado regional de Criciúma, André Milanese.
Continua depois da publicidade
Defesa fala que ocupantes acharam se tratar de assalto
O motorista de aplicativo, que não teve o nome divulgado, é representado pelo escritório Leal, Viscardi & Zanette. A defesa afirma, em nota, que ele realizava a viagem do casal, quando, ao chegar no local de destino “foram surpreendidos pelo que acreditaram ser um assalto, já que dois homens armados desceram de uma viatura descaracterizada e partiram em direção ao carro”.
“Diante da aparente tentativa de assalto, ele deu ré, mas, impedido por um veículo atrás, tentou desviar e, nesse momento, foi atingido por uma segunda viatura. A colisão resultou em um disparo de arma de fogo efetuado por uma agente policial, que causou a morte da passageira”, continua a nota.
A subseção de Criciúma da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou, em nota, que acompanha o caso.
Prisões dos envolvidos
A polícia cumpriu o mandado de prisão contra o companheiro da vítima. Ele foi alvo de busca no dia 13 de fevereiro, data em que drogas, objetos para o tráfico e munições foram apreendidos.
Continua depois da publicidade
— A gente entende que foi o foragido que pressionou o motorista do Uber a tentar fugir— afirmou o delegado.
Segundo o delegado regional de Criciúma, André Borges Milanese, o homem tentou quebrar o próprio celular no painel do carro durante a abordagem. O aparelho celular foi apreendido.
O motorista do carro, de 42 anos, foi preso em flagrante por tentativa de homicídio e desobediência e levado ao presídio. De acordo com o delegado, a prisão foi convertida em preventiva.
*Com informações de g1 SC
Leia também
Mulher leva tiro na cabeça durante abordagem policial em Criciúma