O objeto interestelar está, mais uma vez, causando intensos debates na comunidade científica. Além das teorias e de todos os detalhes já amplamente conhecidos sobre o corpo celeste que veio de outro Sistema Solar e que está passeando pelos nossos cosmos, um estudo recente sugere uma nova possibilidade: a de que o visitante não é, de fato, um cometa.

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O estudo, feito pelos pesquisadores europeus Josep M. Trigo-Rodríguez, Maria Gritsevich e Jürgen Blum, levanta a hipótese de que o 3I/Atlas é, na verdade, um asteroide ou um corpo primitivo, e não um cometa, como acreditam os cientistas. A pesquisa foi publicada no periódico científico The Astrophysical Journal Letters.

A possibilidade foi levantada pelos pesquisadores levando em consideração algumas anomalias do 3I/Atlas, como as proporções de gases e metais pesados no núcleo, além de alguns comportamentos. No estudo, os pesquisadores também citam algumas características divulgadas recentemente por algumas agências espaciais, como a presença de vulcões de gelo na superfície.

A origem desconhecida do 3I/Atlas

O fato do 3I/Atlas ser um objeto interestelar, ou seja, que surgiu em outra estrela e que está vagando pelo nosso Sistema Solar, por si só, já faz com que esse corpo celeste apresente diversas características incomuns e que, a cada nova descoberta, os debates e as teorias sobre ele se intensifiquem.

Ainda não se sabe ao certo de onde o 3I/Atlas surgiu, mas cientistas acreditam que, pelas características químicas e físicas apresentadas, como forte presença de Dióxido de Carbono e até mesmo de água no núcleo, o objeto vem de uma região extremamente fria da Via Láctea.

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Essa origem interestelar é mais um ponto destacado no estudo que sugere que o nosso visitante talvez não seja um cometa. Para os pesquisadores, o 3I/Atlas pode ser um asteroide ou um corpo celeste de outra categoria, mas que tenha surgido no Universo Primitivo – teoria que, de certa forma, reforça outros estudos recentes sobre o objeto, que apontam para uma idade aproximada de até 11 bilhões de anos.

Outra possibilidade apontada pelos pesquisadores é que, pela quantidade de metais e de carbono presentes, o 3I/Atlas também pode ser o núcleo de um Planetesimal, uma espécie de “pré-planeta”. Esse astro sofreu com exposições a fontes de calor, como o nosso Sol, e a outra radiações, além de impactos com outros corpos celeste, e se desintegrou, mantendo-se apenas o núcleo, que viaja pelo espaço – ou seja, o nosso visitante interestelar é o que sobrou desse Planetesimal.

Apesar da sugestão, o estudo liderado por Josep M. Trigo-Rodriguez não afirma que o 3I/Atlas não seja um cometa nem faz qualquer tipo de classificação. Apenas levanta a possibilidade de que talvez o nosso visitante seja enquadrado em outra categoria de astro.

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O que dizem as agências

Apesar do estudo recente e de outras teorias levantadas por astrônomos e pesquisadores independentes, agências como a NASA e ESA seguem afirmando que o 3I/Atlas é um cometa – com algumas características e comportamentos incomuns para esse tipo de astro, especialmente se comparado aos que conhecemos com origem no nosso Sistema Solar mas, ainda assim, um cometa.

Apesar das peculiaridades como proporções de componentes, presença e liberação de metais nativos e variações de brilho e de cor, o 3I/At2las apresenta características e comportamentos padrões a cometas já conhecidos, o que reforça a afirmação das agências.

O debate científico continua, mas as observações do 3I/Atlas, o terceiro objeto interestelar confirmado, estão fornecendo dados inéditos sobre a formação de corpos celestes fora do nosso Sistema Solar.