O Eurogrupo acusou a Grécia na cúpula extraordinária realizada nesta terça-feira, em Bruxelas, de não apresentar propostas concretas em troca de um novo resgate que lhe permita permanecer na zona do euro.

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– É nesta semana que se devem tomar as decisões – advertiu o presidente francês, François Hollande, ao chegar à cúpula extraordinária convocada depois que os gregos rejeitaram as reformas e ajustes exigidos pelos credores do país.

Entenda por que o “oxi” grego não é um simples “não”

A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou:

– Ainda não temos a base da negociação de uma ajuda financeira. Já não é questão de semanas, mas de dias.

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A Grécia se encontra em moratória com o Fundo Monetário Internacional há uma semana, sem dinheiro para os novos pagamentos, alguns deles a credores privados, mas sobretudo com o Banco Central Europeu, com o qual tem uma dívida de 1 bilhão de euros para ser paga até 20 de julho.

Entenda o que levou a Grécia a chegar ao fundo do poço

Nesta terça-feira, os sócios da Grécia na zona do euro esperam que Atenas apresente um pacote de reformas “concretas” para poder evitar o pior para a união monetária: uma saída da Grécia da zona do euro.

No entanto na reunião de ministros da Economia, antes da cúpula, “não houve novas propostas”, disse o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem.

– O primeiro passo será que o governo grego enviará um novo pedido de apoio financeiro – completou.

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Afinal, por que esses gregos estão comemorando?

Uma fonte do governo grego insistiu que Atenas melhorou a proposta apresentada no dia 30 de junho, o dia em que expirou o segundo programa de resgate da Grécia e que venceu o prazo para o pagamento da dívida com o FMI.

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As opiniões estão divididas entre os 18 sócios de Atenas. Após meses de difíceis negociações com o governo grego, que terminaram sem resultados, muitos países já não querem socorrer a Grécia, que recebeu dois resgates financeiros, totalizando 240 bilhões de euros desde 2010.

– Uma Grexit não seria um problema para a Europa – avaliou o ministro da Letônia, Janis Reirs.

Mas a falta de propostas dos gregos já leva seus sócios ao limite. O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, questionou se o governo grego está realmente pronto para apresentar uma solução.

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– O governo de Alexis Tsipras tem o dever de fazer propostas concretas, precisas e convincentes para permitir que a Grécia permaneça na zona do euro – disse o primeiro-ministro belga, Charles Michel, ao chegar à cúpula, considerando a situação como de “extrema urgência”.

Entre os duros, além da Alemanha, estão os países do leste ou os que se viram gravemente afetados pela crise da dívida, como Portugal.

– A saída da Grécia da zona do euro não é uma consideração que está sobre a mesa – avaliou o espanhol Luis de Guindos, cujo país, junto com França, Itália e Luxemburgo, busca alcançar um compromisso com a Grécia para evitar o pior.

– Claramente a Grécia enfrenta desafios imensos e imediatos – disse o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, ao chegar de uma reunião do Eurogrupo em Bruxelas prévia à cúpula de chefes de Estado e de governo.

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Com o risco de Grexit, o presidente americano, Barack Obama, conversou por telefone com Merkel e Tsipras, separadamente.

Caso Atenas não pague ou não haja acordo, o BCE pode encerrar a sua ajuda aos bancos gregos, levando o país a sair da zona do euro, um terreno tão desconhecido que nem sequer os tratados europeus o contemplam.

– Mas um Grexit se decide em Atenas, não em Bruxelas – lembrou o ministro da Economia belga Johan van Overtveldt.

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