A Polícia Civil de Blumenau cumpriu dois mandados de busca domiciliar nesta quinta-feira (4) contra dois ex-servidores públicos de Timbó, que estavam em cargos de chefia e direção na Secretaria de Obras na gestão de 2020 a 2024. Esses mandados fazem parte de uma nova etapa da Operação Credenciamento, que investiga o pagamento de propina em troca da contratação de uma empresa credenciada para prestar serviços à prefeitura, como aluguel de máquinas pesadas.
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O nome da operação policial faz referência à forma como as quatro empresas investigadas eram contratadas pelo governo municipal entre 2020 e 2024. Quando se trata de credenciamento, a lei permite que não haja necessidade de licitação, mas critérios objetivos precisam ser seguidos para o edital contemplar todos os candidatos cadastrados igualmente, conforme explicou o delegado André Beckman ao NSC Total.
Em setembro deste ano, a Polícia Civil já tinha cumprido uma busca domiciliar contra uma família de Timbó, que teria aberto empresas para enriquecer ao prestar serviços à prefeitura com fraudes. Os suspeitos eram escolhidos a dedo por servidores no momento de credenciar os terceirizados para os trabalhos. Em troca, os funcionários públicos receberiam dinheiro por isso. A Polícia Civil não detalhou quem são os suspeitos e nem os valores que teriam recebido como pagamento pela fraude.
Depois destes mandados cumpridos há quatro meses, as investigações revelaram, por meio de mensagens, depoimentos e documentos, que outros dois ex-servidores públicos também estariam envolvidos nesta fraude, o que resultou na operação desta quinta-feira. A Polícia Civil afirma que os investigados serão intimados para interrogatório nas próximas semanas.
Até o momento, ninguém foi preso.
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Relembre a operação em setembro
Seis mandados de busca domiciliar foram cumpridos no dia 4 de setembro contra um ex-servidor e uma família de Timbó, suspeita de abrir empresas e enriquecer às custas de fraudes na prefeitura. Eram o filho, mãe, cunhada, primo e até a sogra que estariam envolvidos neste esquema ao criar negócios com foco em jardinagem, manutenção predial e aluguel de maquinário. No total, cerca de R$ 3 milhões foram pagos pela prefeitura aos investigados pelos trabalhos prestados. Por medida cautelar da Justiça, os suspeitos não poderão ser contratados pelo poder público até que a investigação seja concluída.
— A gente verificou que não havia uma ordem objetiva de distribuição dos serviços da prefeitura. Eles eram direcionados para determinadas pessoas jurídicas, que eram compostas por uma mesma família — detalhou o delegado.
O que diz a prefeitura de Timbó
Por nota oficial, a prefeitura de Timbó afirma que “as contratações foram realizadas em anos anteriores, de 2022 a 2024, e não possuem relação com a gestão atual. Os servidores alvos da operação também não fazem mais parte do quadro de funcionários públicos. A prefeitura se compromete a auxiliar a Polícia Civil e o judiciário em qualquer investigação, reforçando o compromisso com a verdade e a transparência”.

